Habitantes do núcleo Leão Leão não correm o risco de serem despejados até o fim do ano, afirma juiz

DA FOLHA RIBEIRÃO

Moradores da favela da Leão Leão, em Ribeirão Preto, terão um final de ano tranquilo, e dentro de suas casas. A garantia foi dada pelo coordenador do projeto Moradia Legal, o juiz João Gandini, que foi à favela para esclarecer boatos de que os moradores poderiam ser despejados até o final do ano.
As notícias sobre a desocupação de 34 terrenos na favela começaram na semana passada, quando seria julgada uma ação de reintegração de posse que tramita desde 2006. Um acordo entre as partes, porém, congelou por 90 dias sua tramitação, segundo Gandini.
Além de explicar o andamento do processo aos moradores, Gandini e representantes da Cohab-RP (Companhia Habitacional Regional de Ribeirão Preto), Defensoria Pública e comunidade anunciaram o início do trabalho para colher informações sobre todos os imóveis da área.
Mais de cem pessoas ocupam os terrenos atualmente. O objetivo, de acordo com Gandini, é identificar os donos das áreas, se há pessoas com escritura do local onde moram e se há alguma área pública no núcleo. Esse levantamento, segundo ele, será decisivo para buscar uma solução para a área, que pode ser tanto a negociação diretamente com os donos dos terrenos quanto a alocação das famílias em outros locais.
Defensor público dos moradores, Paulo Giostri diz que a solução é complexa, já que a ocupação da área é questionada pelo Ministério Público, por estar incluída na curva de ruído do aeroporto Leite Lopes.
A informação de que a ação de reintegração de posse seria julgada na semana passada levou preocupação aos moradores da favela.
Líder comunitária, Elza Marina do Nascimento, 59, afirmou que as famílias ficaram com medo de ter de deixar a favela -algumas ocupam a área há mais de dez anos.


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