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Araraquara veta trote e "pedágio" de estudantes
Caso sejam flagrados, universitários serão encaminhados para a delegacia
Projeto ainda depende de sanção do prefeito; depois de trote que acabou ferindo sete pessoas, Câmara de Barretos analisa lei semelhante
DA FOLHA RIBEIRÃO
A Câmara de Araraquara
aprovou projeto de lei que proíbe a realização de trotes universitários e o "pedágio", prática em que os calouros pedem
dinheiro a motoristas nos semáforos da cidade. Segundo o
vereador Aluisio Bras (PMDB),
autor do projeto, o objetivo da
lei é proteger os alunos que não
querer participar desse tipo de
brincadeira.
De acordo com o parlamentar, a GCM (Guarda Civil Municipal) e a Polícia Militar serão
orientadas para coibir a prática.
Caso sejam flagrados em pedágios, os estudantes universitários serão encaminhados para a
delegacia e a instituição de ensino será notificada para aplicar alguma advertência aos infratores.
"O estudante que forçar o
trote pode ser processado e as
faculdades, se não aplicarem alguma punição, serão multadas
por meio de um decreto", afirmou o vereador.
A lei fala ainda sobre o trote
solidário, como a doação de
sangue ou a arrecadação de
mantimentos. Aprovada por
unanimidade, a lei deve ser
sancionada em até 15 dias.
Para o estudante Caiubi Mami, 20, aluno do primeiro ano
do curso de letras da Unesp
(Universidade Estadual Paulista) de Araraquara e representante do CA (Centro Acadêmico) do curso, a medida é interessante para coibir os trotes,
embora ele desconheça ações
violentas no campus.
"O pessoal aqui foi bem tranquilo. Teve o pedágio, que é
bem tradicional, e cada calouro
ficou pouco tempo, não havia
obrigação", afirmou.
De acordo com o texto, ficam
proibidas condutas que ofendam a integridade física, moral
e psicológica dos novos alunos,
que importe constrangimento
aos calouros do estabelecimento de ensino ou que exponha,
de forma vexatória, os novos
estudantes, entre outros.
Histórico
Neste ano, sete calouros da
Unifeb (Centro Universitário
da Fundação Educacional de
Barretos) tiveram queimaduras no rosto e no corpo após serem atingidos por creolina
num trote em frente à instituição, em 22 de fevereiro. O episódio chegou a ser investigado
pelo Ministério Público Federal, mas foi arquivado em março porque as vítimas tiveram
lesão leve e, nesses casos, a Promotoria só pode instaurar inquérito se elas fizerem representação, o que não ocorreu.
Após o caso, tramita na Câmara de Barretos uma lei que
visa coibir o trote na cidade, a
exemplo da medida de Araraquara. O projeto, de autoria do
vereador Paulo Correa (PR),
veta o trote e orienta a recepção
dos novos alunos nas instituições de ensino superior, que ficam obrigadas a instaurar processo disciplinar contra quem
praticar trote -mesmo se for
fora da unidade.
Assim como a lei de Araraquara, o projeto quer aplicar
multa à faculdade que não penalizar o estudante que realizar
trote. O projeto é analisado pela Comissão de Justiça.
(LIGIA SOTRATTI)
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