Estatísticas oficiais mostram que total de casos saltou de 210 no primeiro semestre de 2009 para 250 neste ano

Números da Secretaria de Estado da Segurança Pública revelam ainda queda na criminalidade no mesmo período

ARARIPE CASTILHO
DE RIBEIRÃO PRETO

As estatísticas da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) divulgadas anteontem apontam redução da criminalidade, mas também revelam alta de 19% nas mortes por acidente de trânsito na região de Ribeirão.
O percentual é superior às médias do Estado (1,5%), da capital paulista (1,6%), de todo o interior (2,7%) e da região de Campinas, onde o índice teve queda de 2,5% (veja quadro nesta página).
Os homicídios culposos (sem intenção de matar) no trânsito da região de Ribeirão totalizaram 250 casos no primeiro semestre deste ano, ante 210 ocorrências registradas nos primeiros seis meses do ano passado.
As lesões corporais por acidentes de trânsito também aumentaram -11%. Os números são referentes às 93 cidades que compõem a área do Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior), com sede em Ribeirão.
As mortes ao volante nos primeiros seis meses do ano correspondem a quase o dobro dos assassinatos.
No período, foram 128 homicídios dolosos (com intenção de matar). O ano passado teve 132 crimes desse tipo entre janeiro e junho. O número atual demonstra uma redução tímida de 3%.
Os dados não representam exatamente o número de vítimas porque mais de uma pessoa pode ter morrido em cada ocorrência registrada.
Para o professor especialista em trânsito, José Bernardes Felex, da USP (Universidade de São Paulo) em São Carlos, o aumento de motos está diretamente ligado à multiplicação das mortes nas ruas e rodovias.
De acordo com o especialista, 70% dos acidentes com mortes envolvem motos.
Somente em Ribeirão Preto, entre 2001 e junho deste ano, a quantidade de motos licenciadas na cidade cresceu 142%. Passou de 32.313 para 78.252, segundo dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
A Copa do Mundo também pode ter influenciado no aumento das mortes no trânsito. "Com a competição, as pessoas bebem mais e a fiscalização é menor", disse.
O comando do CPI-3 (Comando de Policiamento do Interior) em Ribeirão não comentou os dados ontem, apesar da intermediação da Secretaria de Estado da Segurança Pública.


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