São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

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FOCO

Grupo de apoio ajuda parentes a lidar com as questões práticas e emocionais

DE SÃO PAULO

"Não tem velhice boa. Envelhecimento é perda, não sobra nada", desabafa a analista de mercado Suzana de Medeiros Fontenelli, 30.
Suzana é novata no grupo de apoio da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer) na Lapa, em São Paulo. A mãe foi diagnosticada com a doença há cerca de um ano.
A psicóloga Rosilene Alves de Souza Lima, coordenadora do grupo, conta que a maioria das pessoas chega sem enxergar direito o que está acontecendo.
"A demência traz muitos acertos de contas. Envolve os familiares não só nos aspectos operacionais, de levar aos médicos, trocar roupas, dar banho. É preciso lidar com a culpa, a frustração, a irritação", explica.
Ela já viu muitos cuidadores adoecerem e vários morrerem antes do paciente. "A única coisa que a família tem na mão é o cuidado, mas o Alzheimer vai progredir independentemente do que se faça. Se o cuidador parar de viver, não vai mudar o estado do paciente. E o estresse causado acaba sendo pior."
A troca de informações com pessoas que vivem o mesmo problema vai de questões práticas, como truques para lidar com o paciente que se recusa a comer, aos desafios emocionais.
"Vindo aqui, você vê que não é o único. Não resolve, mas te coloca em outra perspectiva", acredita Suzana.
Informações sobre grupos de apoio no Brasil podem ser obtidas no site da Abraz (www.abraz.org.br) ou pelo telefone 0800-551906.


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