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FOCO
Grupo de apoio ajuda parentes a lidar com as questões práticas e emocionais
DE SÃO PAULO
"Não tem velhice boa. Envelhecimento é perda, não
sobra nada", desabafa a analista de mercado Suzana de
Medeiros Fontenelli, 30.
Suzana é novata no grupo
de apoio da Abraz (Associação Brasileira de Alzheimer)
na Lapa, em São Paulo. A
mãe foi diagnosticada com a
doença há cerca de um ano.
A psicóloga Rosilene Alves
de Souza Lima, coordenadora do grupo, conta que a
maioria das pessoas chega
sem enxergar direito o que
está acontecendo.
"A demência traz muitos
acertos de contas. Envolve os
familiares não só nos aspectos operacionais, de levar aos
médicos, trocar roupas, dar
banho. É preciso lidar com a
culpa, a frustração, a irritação", explica.
Ela já viu muitos cuidadores adoecerem e vários morrerem antes do paciente. "A
única coisa que a família tem
na mão é o cuidado, mas o
Alzheimer vai progredir independentemente do que se
faça. Se o cuidador parar de
viver, não vai mudar o estado
do paciente. E o estresse causado acaba sendo pior."
A troca de informações
com pessoas que vivem o
mesmo problema vai de
questões práticas, como truques para lidar com o paciente que se recusa a comer, aos
desafios emocionais.
"Vindo aqui, você vê que
não é o único. Não resolve,
mas te coloca em outra perspectiva", acredita Suzana.
Informações sobre grupos
de apoio no Brasil podem ser
obtidas no site da Abraz
(www.abraz.org.br) ou pelo telefone 0800-551906.
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