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BUTANTAN
Brasil testará vacina contra câncer de ovário
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil começará a testar em humanos uma vacina contra o câncer de ovário em seis meses, segundo
o governo federal. O medicamento será usado para
evitar que o tumor reapareça após a cirurgia.
O projeto, anunciado
ontem no Instituto Butantan, em São Paulo, é um
dos principais objetivos da
Rede Brasileira de Pesquisa sobre o Câncer. O investimento público será de
R$ 5 milhões por ano.
A vacina que será testada virá dos Estados Unidos, onde já é experimentada em pacientes com
câncer de pulmão. A transferência da tecnologia será
feita pelo Instituto Ludwig. "O tumor de ovário foi
o escolhido no Brasil porque ele é frequente e
agressivo", diz Anamaria
Camargo, pesquisadora do
Ludwig em São Paulo e
uma das coordenadoras da
rede de pesquisa federal.
A droga americana será
testada no país em combinação com um outro produto, produzido pelo Butantan. O chamado adjuvante (que aumenta a eficiência da vacina) está
aprovado nos testes de laboratório. "Estamos prontos para começar os testes
em humanos. Em relação
à vacina, precisamos saber
se ela funciona com a população brasileira", diz
Paulo Lee Ho, diretor do
Centro de Biotecnologia
do Butantan.
Além dos testes clínicos
e de análises epidemiológicas da doença, a rede federal de pesquisa do câncer vai investigar ainda a
genética dos tumores.
"Os [primeiros] sequenciamentos de uma amostra normal e de outra com
tumor de mama ficarão
prontos até junho", afirma
Ana Tereza Vasconcelos,
do Laboratório Nacional
de Computação Científica.
Com a união das duas linhas de estudo, a do laboratório e a dos testes clínicos, os cientistas esperam
cercar com mais precisão
os vários tumores.
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