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Desfibrilador aumenta sobrevida em 36%
Estudo avaliou impacto dos aparelhos de ressuscitação nas estações do Metrô de SP nos últimos três anos
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em três anos, o uso de desfibriladores nas estações do Metrô de São Paulo aumentou em
36% a sobrevida de pessoas que
sofreram parada cardiorrespiratória. Os resultados são do
primeiro estudo na América
Latina que avaliou o impacto
dos desfibriladores em locais
públicos de grande circulação.
Ao menos 3,3 milhões de pessoas passam pelos trens e pelas
55 estações do Metrô todos os
dias. O trabalho foi apresentado no congresso da American
Heart Association, que aconteceu no mês passado em Orlando (Estados Unidos).
Desde 2006, uma lei municipal de São Paulo tornou obrigatório o uso do desfibrilador em
locais para mais de 1.500 pessoas. A lei se refere a aeroportos, shoppings, mercados e outros estabelecimentos e impõe
multa de R$ 2.000 a quem não
cumprir a exigência, mas, como
não foi regulamentada, poucos
locais utilizam o aparelho.
De setembro de 2006 até
abril deste ano, 44 pessoas sofreram ataques cardíacos nos
trens ou nas estações do Metrô,
30 delas com fibrilação ventricular, situação em que o coração bate acelerada e desordenadamente e os batimentos só
podem ser controlados com
choques de um desfibrilador.
A literatura médica diz que, a
cada minuto de parada cardíaca, a pessoa perde 10% de chance de vida. Poucos sobrevivem
além dos dez minutos.
O segurança Renilson Santa
Rosa, 32, foi um deles. No início
do ano passado, ele sofreu uma
parada cardiorrespiratória na
estação Artur Alvim (zona leste). Em três minutos, recebeu
um choque no coração, seguido
de massagens no peito, e sobreviveu sem sequelas. Hoje, tem
um marca-passo.
"Aumentamos a sobrevida de
0% [quando não havia o programa no Metrô] para 36%. As
taxas iniciais são satisfatórias e
condizentes com o que aconteceu em outros lugares, mas podemos melhorar muito e aumentar essas taxas", afirma o
cardiologista Sergio Timerman, um dos autores do estudo.
No exterior, as taxas de sobrevivência em programas comunitários como o Metrô variam de 40% a 76%.
Em Las Vegas (EUA), por
exemplo, depois que os 20
grandes hotéis e cassinos adotaram os desfibriladores, o índice de sobrevida está em 76%.
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