São Paulo, sexta-feira, 09 de julho de 2010

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"Em casa, ninguém falava sobre o assunto"

Adriano Vizoni/Folhapress
Sandra Merlo, 30, virou fonoaudióloga porque sofre com a gagueira desde os três anos

DE SÃO PAULO

A fonoaudióloga Sandra Merlo, 30, escolheu a profissão por causa do distúrbio.
"Gaguejo desde os três anos. Na infância e na adolescência, ia atrás de soluções caseiras como simpatias e exercícios para voz. Em casa, ninguém falava do assunto, apesar de termos outros casos na família", conta.
Na clínica, ela observa e trata casos parecidos com o seu. "Quanto mais desesperado o paciente está e menos informação tem, maiores as chances de ser enganado."
Ela afirma que conhece gente que gastou muito dinheiro com tentativas frustradas. "Dos meus pacientes, um terço já tentou alguma coisa", afirma.
Vários gagos a procuram pelo fato de ela também ter o distúrbio. "Acham que, como eu consegui, vai dar certo para eles também."
Sandra consegue manter o ritmo da fala mesmo ao telefone -uma das maiores dificuldades do gago.
Segundo a fonoaudióloga, seu problema foi superado com a combinação de tratamentos: fez acompanhamento com fono e psicoterapia para elaborar consequências emocionais da gagueira ao longo da vida.
Também tenta identificar os fatores que aumentam ou diminuem a fluência, como se sentir pressionada ou fazer força física extrema quando tropeça numa palavra.
"Vejo que quem apresenta os resultados melhores combinou diversas estratégias."


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