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"Em casa, ninguém falava sobre o assunto"
Adriano Vizoni/Folhapress
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Sandra Merlo, 30, virou fonoaudióloga porque sofre com a gagueira desde os três anos
DE SÃO PAULO
A fonoaudióloga Sandra
Merlo, 30, escolheu a profissão por causa do distúrbio.
"Gaguejo desde os três
anos. Na infância e na adolescência, ia atrás de soluções caseiras como simpatias
e exercícios para voz. Em casa, ninguém falava do assunto, apesar de termos outros
casos na família", conta.
Na clínica, ela observa e
trata casos parecidos com o
seu. "Quanto mais desesperado o paciente está e menos
informação tem, maiores as
chances de ser enganado."
Ela afirma que conhece
gente que gastou muito dinheiro com tentativas frustradas. "Dos meus pacientes,
um terço já tentou alguma
coisa", afirma.
Vários gagos a procuram
pelo fato de ela também ter o
distúrbio. "Acham que, como eu consegui, vai dar certo
para eles também."
Sandra consegue manter o
ritmo da fala mesmo ao telefone -uma das maiores dificuldades do gago.
Segundo a fonoaudióloga,
seu problema foi superado
com a combinação de tratamentos: fez acompanhamento com fono e psicoterapia
para elaborar consequências
emocionais da gagueira ao
longo da vida.
Também tenta identificar
os fatores que aumentam ou
diminuem a fluência, como
se sentir pressionada ou fazer força física extrema quando tropeça numa palavra.
"Vejo que quem apresenta
os resultados melhores combinou diversas estratégias."
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