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"Mais minha mãe pedia e menos ainda eu comia"
DE SÃO PAULO
Seis anos atrás, a professora Renata Lima de Oliveira, então com 19 anos e 59
kg, decidiu que precisava
emagrecer. O objetivo era
chegar aos 40 kg, mesmo
tendo 1,74 m de altura.
Com uma dieta radical,
em poucos meses ele atingiu 48 kg. Mas ainda não estava satisfeita. "Comecei a
provocar vômitos depois
que comia. Sentia que ainda estava cheia, então bebia
água para vomitar mais."
Durante um ano, sua
mãe, Edna Lima de Oliveira,
não desconfiou de nada.
"Uma prima descobriu e
ameaçou contar tudo. Então, eu mesma contei para
minha mãe. Foi horrível.
Nossa relação piorou. Não
sabia mais como falar com
ela. Quanto mais a minha
mãe pedia para eu comer,
menos ainda eu comia".
Contra a vontade, Renata
fez 12 sessões de terapia e,
quando melhorou, parou.
Logo, tudo voltou como era.
"A doença era a minha
rotina. Comer mal e vomitar
fazia parte do cardápio". E
nada que sua mãe fazia a
ajudava, conta.
A mãe, Edna, explica que
perdeu um filho com leucemia: "Ele queria comer e
não conseguia. Eu não me
conformava de a Renata poder comer e não querer".
Foram quatro anos de desentendimentos. No começo do ano passado, Renata
cedeu e procurou ajuda no
Hospital das Clínicas.
Lá, sua mãe e sua irmã
mais velha foram convidadas a participar da terapia.
Como o quadro era sério,
Renata acabou internada.
"Com a internação e a terapia, tudo começou a melhorar. A Renata entendeu
que precisava de ajuda e
nós aprendemos a vigiar
sem sufocar", disse a mãe.
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