São Paulo, terça-feira, 16 de junho de 2009

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Projeto dobra doações de órgãos em três hospitais

Instituições realizaram 63 procedimentos até abril

MATHEUS PICHONELLI
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

Três hospitais públicos paulistas conseguiram, em um ano, mais do que dobrar o número de doadores de órgãos desde que passaram a contar com coordenadores especializados em transplantes em sua rotina.
O Complexo Hospitalar do Mandaqui, o Conjunto Hospitalar de Sorocaba e o Hospital Geral de Guarulhos fizeram, de maio de 2008 a abril de 2009, 63 procedimentos de extração de múltiplos órgãos, contra 29 do período anterior.
Os três hospitais foram escolhidos para fazer parte de um projeto do hospital Albert Einstein, em parceira com a Secretaria da Saúde do Estado, para treinamento de profissionais em captação de órgãos.
Com o programa, esses hospitais passaram a ter, desde 2008, um coordenador intra-hospitalar de transplantes.
Nos hospitais públicos, esses especialistas -no caso, um médico e dois enfermeiros- ajudam a identificar potenciais doadores e acompanham o processo da doação após a confirmação da morte encefálica.
São responsáveis também por capacitar as instituições onde atuam para que desenvolvam métodos mais eficazes de captação, como na abordagem das famílias de doadores.
Segundo o cirurgião Ben-Hur Ferraz Neto, coordenador do Programa de Transplantes do Albert Einstein, o conhecimento dos coordenadores sobre a rotina e a legislação de transplantes ajuda os hospitais a superar as dúvidas relativas ao procedimentos para doação.
Vice-presidente da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), o cirurgião afirma que, com o programa, os três hospitais conseguiram aumentar em 54,8% (de 177 para 274) as notificações de morte encefálica -apontada por especialistas como um dos principais desafios para um aumento das doações no país.
O projeto, batizado de NCap, foi implantado recentemente pelo Hospital Municipal de M'Boi Mirim, em São Paulo, e deve ser adotado em outros hospitais ainda neste ano.


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