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PAÍS NA BALANÇA
Um terço das crianças brasileiras estão gordas
Excesso de peso na faixa de 5 a 9 anos triplicou desde os anos 70
Problema é mais grave na região Sudeste; doenças ligadas à obesidade podem surgir ainda na infância
DO RIO
O excesso de peso já atinge
um terço das crianças de cinco a nove anos no país.
Desde a década de 1970, o
excesso de peso entre os meninos de cinco a nove anos
mais do que triplicou: saltou
de 10,9% para 34,8%. Segundo especialistas, diversos fatores explicam o avanço do
excesso de peso e da obesidade em crianças, como a piora
na qualidade da alimentação
e o sedentarismo.
Para Rosana Radominski,
presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade), ainda predomina a cultura de que
"criança gordinha é saudável" e o combate ao problema exige a mudança de hábitos da família.
Radominski ressalta que o
comportamento da mãe durante a gravidez também pode afetar os hábitos alimentares da criança. Segundo
ela, alimentação adequada
durante a gravidez e o leite
materno ajudam a formar
crianças mais saudáveis.
Entre as regiões do país, o
Sudeste concentra o maior
percentual de crianças acima
do peso, com 39,7%.
"As crianças têm sofrido
com o sedentarismo imposto
pelo medo da violência. Elas
brincam menos na rua e ficam confinadas vendo TV e
jogando videogame", afirma
o endocrinologista Alfredo
Halpern, professor da Faculdade de Medicina da USP.
A pesquisa mostra que a
renda também é fator determinante no excesso de peso
na infância. O percentual de
crianças acima do peso é elevado em todas as faixas de
rendimento, mas em famílias
com renda mensal per capita
de cinco salários mínimos ou
mais, ele chega a 51% entre
os meninos e a 39,3% entre
as meninas.
Para os especialistas, uma
criança gorda tem mais
chances de se tornar um
adulto obeso e desenvolver
no futuro problemas ligados
à obesidade, como doenças
cardiovasculares.
Algumas delas podem
aparecer na infância, como
aumento da pressão, problemas de postura e ortopédicos. No país, hoje, 14,3% das
crianças de cinco a nove anos
estão obesas.
O cálculo para determinar
se uma criança está com excesso de peso ou obesa é
mais complexo do que o de
um adulto. Além de considerar o IMC (Índice de Massa
Corporal), os pesquisadores
levam em conta referências
internacionais para o peso e
a altura de acordo com a idade. A recomendação para os
pais é consultar um médico
para a avaliação.
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