São Paulo, domingo, 19 de dezembro de 2010

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RECORTE V

Para abrir os olhos

por VIVIAN WHITEMAN

Programador nova-iorquino declara guerra aos remetentes de e-mails indesejados e devolve as mensagens na mesma moeda equivocada

O estilista Paul Poiret (1879 - 1944) foi responsável pelas maiores festas de arromba do mundo. Ele se vestia de ouro e dava noitadas a céu aberto nas quais os convidados eram recebidos por ninfas segurando tochas acesas. No meio do mato, escondia orquestras e mesas decoradas com cascatas gigantes de frutas e cobertas com banquetes de uma fartura inimaginável.
Em suas roupas, Poiret conseguia expressar a mesma abundância sensorial que imprimia em suas festanças _daí, ter feito alguns dos vestidos de gala mais sensacionais da história.  Pouco registrados em fotos, os looks do estilista foram imortalizados nas ilustrações de Georges Lepape (1887-1971), uma das atrações da mostra "Drawing Fashion – A Century of Fashion Ilustration", em cartaz no Museu do Design de Londres.
Nos desenhos de Lepape, as mulheres vestidas de Poiret parecem dotadas de elasticidade felina: mesmo paradas, dançam. Usam echarpes como quem enrola serpentes no pescoço e, às vezes, parecem estar usando apenas um tecido feito de cor.
Para não falar dos arranjos de cabeça. Era preciso ser muito macho para encarar o olhar das moças de turbante retratadas por Lepape. Adornados muitas vezes com jóias na testa, sóis empedrados, capazes de ofuscar. O tecido fazendo moldura ao rosto, revelando a expressão  concentrada de quem está olhando para uma realidade que ainda não existe. Quando o ano virar, tente usar o foco de um turbante para mirar o impossível. Ele, às vezes, acontece.

CHAPELEIRA MALUCONA
Infelizmente, a maioria das mulheres brasileiras ainda não descobriu as maravilhas delirantes de usar um chapéu. Um chapéu é mais do que um acessório, é um trocador de identidades, quase um disfarce. Para aquelas que procuram inspiração para fazer a cabeça, a dica são as peças extravagantes da chapeleira Satya Twena, considerada a sucessora do mestre chapeleiro Philip Treacy. O problema são os precinhos: entre US$ 300 e US$ 1 mil (ou seja, algo entre R$ 600 e R$ 2 mil)

COLORIDO MARROQUINO
Yves Saint Laurent disse uma vez que o Marrocos tinha dado a ele a dádiva de colorir: laranjas de açafrão, ouro solar e azuis de céu. O país, onde Saint Laurent passou diversas temporadas, inspirou as 44 criações que estão reunidas numa exposição no Majorelle Garden, em Marrakech. Os looks valem por uma viagem  que começa nas areias marroquinas e desembocam num lugar imaginário, aquele de onde brotam as cores.

VAZAMENTO DE VENENO
O site WikiLeaks está tirando o sono de muita gente, mas nem só de assuntos sérios vive o "vazador" de notícias. Um dos documentos do governo dos EUA fazia observações venenosas sobre a primeira-dama do Azerbaijão, a Mehriban Aliyeva, conhecida por seus looks muito "festivos". O fofoqueiro que escreveu o relatório toca o gongo para as plásticas de Mehriban e diz que ela usa vestidos provocantes demais "até para o mundo ocidental". Quem será que requisitou esses detalhes, o Esquadrão da Moda?

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