São Paulo, domingo, 26 de abril de 2009

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TESTE DE DNA

Natureza Humana

por ANA RIBEIRO

Fabrizio pai é discreto e gentil. Andrea, a única mulher. Rogério, o que cuida dos negócios. Fabrizio Jr., o que fugiu da cozinha. Diante da câmera, um retrato da elegância que se associa ao sobrenome Fasano. Atrás dela, um ri do outro, dois riem de um, todos falam ao mesmo tempo. O típico (des)tempero de uma família italiana

ANDREA FASANO, 44, BANQUETEIRA

Quando você se sente honrada por ser filha de seu pai?
Sempre... Ele fez história. Ficou muito rico, depois perdeu muito dinheiro. Saiu da concordata com dignidade e respeito. Meu pai é muito humilde, nobre e elegante nos atos e nas palavras.

O que você gostaria de ter mais parecido com ele?
O carisma. É singularmente pessoal e intransferível.

O que você herdou, mesmo sem querer?
Nós três somos gagos, por incrível que pareça! Talvez por isso, além de sermos uma família italiana, nossas reuniões são bastante peculiares. Por trabalharmos à noite, assunto é o que não nos falta... Histórias das mais trágicas às mais cômicas! Ah, e tem outra coisa: meu pai, Rogério e eu, quando prestamos atenção em algo, olhamos de canto de olho com a cabeça caída, como se estivéssemos olhando para o lado, mas estamos olhando reto (risos). Não sei se deu para entender... Quando nos concentramos, nossas cabeças vão automaticamente entortando. E dois dos meus três filhos também entortam a cabeça.

Que tipo de atitude do seu pai já a constrangeu?
Sou a única filha e a caçula de três irmãos. Sempre fui muito regulada por todos os homens. Família machista, italiana... Passei anos sendo a pirralha que nunca podia participar de nada. Era muito chato! Mas eu sou e sempre fui muito ligada ao meu pai.

FABRIZIO JR., 48, FOTÓGRAFO

Que lição aprendeu com seu pai e seguiu pela vida?
Que todas as pessoas são iguais e, portanto, devem ser tratadas exatamente da mesma maneira.

O que você gostaria de ter mais parecido com ele?
O carisma.

O que você herdou, mesmo sem querer?
Uma tendência ingênua a fazer péssimo julgamento das pessoas. Sempre achamos que todos nos desejam o bem.

Que tipo de conversa ou programa anima o sr. Fabrizio?
Papai vive muito a sua vida. Acho que nem gosta muito de programações especiais. Adora um jogo de tranca com os amigos e gosta de ouvir as peripécias dos filhos.

Como você definiria o seu pai?
Um grande lutador, um homem que nunca desiste. Sempre enxerga as coisas de maneira a te fazer pensar que tudo vai dar certo. Tem enorme caráter e um coração ainda maior. É um cara que eu amo!

ROGÉRIO FASANO, 47, RESTAURATEUR E HOTELEIRO

Que lição aprendeu com seu pai e seguiu pela vida?
Tentar fazer no campo profissional o que te dá prazer. Dinheiro é muito menos importante.

Que traço da personalidade do seu pai você gostaria de ter herdado?
Sua serenidade e calma. Meu pai é um exemplo de ser humano.

O que você herdou sem querer?
A boemia.

Que assunto anima seu pai?
Falar de seus netos e das espumas na gastronomia moderna.

Que convite ele não recusa?
Tomar um bom vinho.

FABRIZIO FASANO, 73, EMPRESÁRIO

Quais semelhanças seus filhos têm com o senhor?
Os três têm traços físicos e de personalidade que percebia em mim quando tinha a idade deles.

E quais características o senhor não reconhece como traço de família?
Várias, mas aceito e gosto de cada um como é. Todos têm suas singularidades.

Em que situação o senhor pede conselho a eles?
Como cada um trabalha em uma área, os procuro quando preciso resolver assuntos pertinentes às mesmas.

Qual é o melhor programa para fazer com os filhos?
Adoro viajar com eles. Mas separadamente, para aproveitar melhor a companhia de cada um.

Quando o senhor leva bronca dos filhos?
Essa pergunta não deveria estar invertida? (risos)

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