São Paulo, Domingo, 29 de Abril de 2012

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CINEMA

MEU NOME É GIRL, BOND GIRL

por Adriana Küchler

A francesa Bérénice Marlohe, nova garota do 007, entra para o time das mulheres mais cobiçadas do mundo sonhando em ser reconhecida por seu talento como atriz.

A cada filme novo do agente secreto inglês, uma leva de questões cruciais vem à tona: Quem será o vilão da vez? Quem vai cantar a música-tema? E que bonitonas serão as próximas “Bond girls”?

A atriz francesa Bérénice Marlohe, 32, garantiu uma das vagas de perigosa ao lado de James Bond (Daniel Craig) no novo “007 – Operação Skyfall”, em fase de filmagem e com estreia prevista para novembro.

Bérénice entra assim para o grupo de mulheres lindas e chiques de que fazem parte atrizes como Ursula Andress, Kim Basinger, Halle Berry e Eva Green.

Essas moças, que empunham armas e desfilam biquínis molhados com a mesma desenvoltura, são classificadas como “símbolo de sofisticação” ou, para o espectador comum, gatas e sexy, não é, Bérénice?

“Não. Não me considero ‘hot’ nem sexy. Algum site escreveu que eu disse isso, mas é mentira”, diz a morena, por telefone, à Serafina. Em inglês, mas com forte sotaque francês e em um tom quase nervoso. “[O diretor] Sam Mendes disse que me encaixei no que esperavam para esse papel.”

O que é esse tão esperado papel ela ainda não conta para não estragar a surpresa do filme. “Só posso dizer que ela é glamourosa e enigmática”, ri, usando o clichê dos filmes de Bond. E mostra que há um certo descompasso entre o que ela sonha e o que o público deseja de uma “Bond girl”.

“Quero criar usando o máximo de mim, como ser humano, para fazer um personagem o mais diverso e complexo que eu puder. Quero que tenha tanta substância quanto o James Bond no filme.”

Bérénice se anima ao falar da “grande sorte” de filmar com nomes como Daniel Craig e Javier Bardem (que interpreta um vilão chamado Silva). “Os dois são talentosos e muito bonitos. É uma pena que eles sejam casados...”

A ex-modelo pelo menos tem a chance, com a qual muitas mortais só podem sonhar, de interpretar cenas quentes, tão frequentes nos filmes do agente inglês, com Daniel e Javier. “Adoraria me casar com os dois e ter muitos filhos.”

MARLON BRANDA

A francesa sabe que, ao aceitar o papel cobiçado, vai sofrer com comparações, mas, quando pergunto com quem gostaria de ser igualada, ignora as mulheres: “Meu sonho é que, em dois anos, digam que eu sou a nova Marlon Brando”.

Para chegar lá, ainda vai ter que suar muito o biquíni. Seu currículo até agora é formado basicamente por papéis em séries de TV francesas, como versões baguete de “Plantão Médico” e “CSI”. Depois de “007”, espera fazer carreira em Hollywood.

“Filmes franceses são chatos. Gosto muito mais dos que são feitos fora da França, mais divertidos e mais complexos na maioria das vezes.” Ela e as outras garotas Bond do filme, a inglesa Naomie Harris e a grega Tonia Sotiropoulou, terão que enfrentar ainda a “maldição das ‘Bond girls’”.

Segundo uma lenda de Hollywood, a carreira das atrizes que interpretam o papel naufraga depois de dividirem a cena com 007.

John Glen, diretor de vários filmes de James Bond, já afirmou que, entre as mais de 50 atrizes que interpretaram mulheres fatais ao lado do superagente secreto inglês, só umas cinco, entre elas Ursula Andress e Kim Basinger, fizeram sucesso depois.

“Esse é um papel difícil, não recomendo para ninguém. O adjetivo ‘Bond girl’ já faz muitas atrizes desistirem por todo o estigma que ele carrega.”

Segura, Bérénice!


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