São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2011 |
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Especialista explica como funciona a venda de links DO "NEW YORK TIMES" Um especialista em vendas de links chamado Mark Stevens -que afirma não ter nada a ver com os links da JCPenney- concordou em conversar com a reportagem. O "chapéu preto" exigiu, porém, que a sua empresa não fosse citada, uma precaução que justificou contando o que aconteceu quando a empresa aparentemente irritou o Google alguns meses atrás. "Eu publiquei uma vaga de emprego em uma lista de e-mails de ex-alunos de engenharia da Universidade Stanford e mencionei o nome de nossa empresa juntamente com uma breve descrição do que fazíamos. Eu acho que alguns funcionários do Google viram isso." Em questão de dias, a empresa não podia mais ser encontrada por meio de uma busca no Google. "Literalmente, você digitava o nome da empresa na caixa de pesquisa, e nós não aparecíamos em lugar nenhum. Você nos encontraria se soubesse o nosso endereço na rede. Mas, em termos de busca, nós desaparecemos", disse ele. TROCA DE NOME A empresa agora opera sob um novo nome e de modo discreto em um escritório em um edifício brilhante, envidraçado e de porte médio localizado perto da Rota 101 em Redwood City, na Califórnia. Stevens é um jovem de 31 anos de idade, nascido em Cingapura e com aparência de bem mais jovem. (Stevens é o nome que usa no trabalho. Segundo ele, seu sobrenome é chinês, e não quis nos contar.) Ele fala com um leve sotaque e uma vigorosa quietude, como alguém preocupado com bisbilhoteiros. E descreve seu trabalho com um sorriso travesso de estudante universitário que acabou de esconder uma bombinha de mau cheiro. "O segredo é lançar a campanha lentamente", disse ele. "Muitas empresas estão com pressa. Elas querem o maior número de links que pudermos lhes oferecer e o mais rápido possível. Mas o Google irá descobrir e marcar um site que vai, em uma semana, de zero a algumas centenas de links." A parte mais difícil da venda de links, explicou ele, é conseguir clientes ricos e importantes. Outra dificuldade é encontrar sites de qualidade para publicar links. A pessoa que criou a campanha JCPenney.com, disse ele, confiou em sites baratos e cheios de spam -do tipo que tem baixo PageRank, como o Google chama a sua avaliação patenteada de qualidade de sites. Quanto maior o PageRank, maior o "combustível Google" que um site é capaz de oferecer. PAGAMENTO ON-LINE Stevens afirmou que os proprietários de sites, ou editores, como ele os chama, recebem uma pequena remuneração por link, e a transação é feita toda pela internet. Os editores podem rejeitar certas palavras-chave e links, mas, na maioria das vezes, o sistema funciona em um tipo de piloto automático. Um cliente paga Stevens e seus colegas por um link, que é então inserido em alguns sites. O pagamento aos editores é feito via PayPal. Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS Texto Anterior: Resultados de busca escondem trapaça Próximo Texto: JCPenney nega envolvimento na prática do "chapéu preto" Índice | Comunicar Erros |
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