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Reconhecimento de fala tem inúmeras aplicações
Em PC e celular, tecnologia é usada por deficientes, militares e escritores
Apesar de a oferta em português ser quase nula, adaptação "está no horizonte" do Google, diz a empresa no Brasil
DE SÃO PAULO
Tetraplégicos controlam o
computador usando comandos de voz.
Militares americanos no
Afeganistão falam em inglês
diante do celular, que reconhece as frases e as traduz
para pashtu.
Um escritor dita seu novo
livro inteiro para o computador, que transcreve as palavras com precisão.
No trânsito, o motorista fala para seu celular com GPS o
endereço de seu destino, em
vez de digitá-lo.
Como se pode notar, são
inúmeras as aplicações dos
sistemas de reconhecimento
de fala, tanto no computador
quanto no celular.
Entre os computadores,
destaca-se a empresa americana Nuance, responsável
pela aclamada linha comercial de softwares Dragon.
David Pogue, colunista de
tecnologia do "New York Times", é um entusiasta de sistemas de reconhecimento de
fala, especialmente do Dragon NaturallySpeaking.
Usando o software, ele já
ditou livros inteiros, como
"Mac OS X: The Missing Manual, Second Edition" (Mac
OS X: o manual que faltava,
segunda edição).
O Google tem investido pesado em comandos de voz no
seu sistema operacional móvel, o Android.
Em agosto, a empresa introduziu as Voice Actions
(ações de voz), que permitem, por exemplo, enviar
mensagens de texto, iniciar a
reprodução de uma música,
ligar para um contato, enviar
um e-mail e obter orientações de direção por meio de
comandos de voz.
EM PORTUGUÊS
Além de só funcionarem
na versão mais recente do
Android -a 2.2, que ainda
não está disponível em nenhum celular no Brasil-, as
Voice Actions só entendem
inglês, por enquanto.
Até hoje, aliás, a oferta de
sistemas de reconhecimento
de fala em português para celulares e computadores é
quase nula.
Felix Ximenes, diretor de
comunicação do Google Brasil, afirmou à Folha que não
há previsão de transpor a tecnologia de reconhecimento
de fala da empresa para a língua portuguesa, mas que essa adaptação "está no horizonte" do Google.
O principal desafio, segundo Ximenes, é tornar o sistema capaz de compreender
com igual precisão os diversos sotaques brasileiros, o
português de Portugal e o de
outros países lusófonos,
além da fala de pessoas que
não tenham o idioma como
língua primária.
(RAFAEL CAPANEMA)
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