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Em Zagreb, rota da troca da guarda confunde

Cerimônia ocorre todos os finais de semana e dura cerca de duas horas

Soldados de infantaria e homens a cavalo fazem percursos em cerimônia que rende homenagem à cavalaria da Croácia

VANESSA BARBARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ZAGREB, CROÁCIA

Há dois anos, em julho de 2010, o Comitê de Turismo de Zagreb criou uma nova atração: a troca da guarda, que acontece todos os fins de semana, das 11h40 às 14h20.

É um ritual de difícil compreensão em que meia dúzia de soldados de infantaria marcham pelo centro da cidade, em círculos, com seus tradicionais trajes azul-marinho, chapéus murchos e um lenço vermelho no pescoço, enquanto quatro homens a cavalo (a cavalaria) fazem o mesmo por outra rota.

De vez em quando eles se encontram, ensaiam umas mesuras, deixam guardas pelo caminho e voltam pra fazer tudo de novo e de novo.

A cerimônia, de duas horas, cobre cinco quarteirões. Os batalhões sobem e descem as mesmas ruas, fazem paradas estratégicas para inspeções, descansam em degraus, se separam e se cruzam. Aqui e ali, dão ordens uns aos outros e saúdam o lábaro: "Pela cruz honorável e pela liberdade de ouro!".

Os turistas tentam acompanhar pelas brochuras, mas é preciso ter doutorado em exploração de mapas para descobrir exatamente o que está havendo. Para quem não entende o idioma, a impressão é a de que eles gritam coisas como: "Guardas! Vamos invadir a Prússia", e alguém responde: "Mas, senhor! A Prússia não existe". Várias teorias surgem enquanto os soldados vão andando sempre em ângulos retos -nunca em diagonal-, como personagens de um videogame.

A cerimônia é uma homenagem à cavalaria croata, que, na Guerra dos Trinta Anos, engrossou as fileiras do Exército da França. "A desenvoltura militar e aparência singular dos soldados croatas afirmaram-se em 1664 com a fundação do Régiment des Cravates du Roi no Exército francês", diz o folheto.

Eles usavam echarpes para identificar postos militares, o que foi copiado pelos oficiais franceses e adotado pela corte de Versalhes, e dali se espalhou pelo mundo. Assim surgiu a gravata, ou cravat, que significa "croata".

O folheto sugere: "Marche por Zagreb acompanhado do comandante do batalhão, um armeiro, um trombeteiro, um tocador de tambor e um porta-estandarte e conheça as atrações da cidade de uma forma diferente".

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