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Província pode ser vista sobre rodas, trilhos ou a cavalo

Paisagem de rochas marcadas por veios coloridos tem rios temporários no início do ano, a época das chuvas

Região faz parte da rota das aves migratórias; com sorte, o visitante pode avistar um condor andino em pleno voo

DO ENVIADO A SALTA E JUJUY

Um conselho: o melhor a fazer em Salta é sair da capital e percorrer a região de bicicleta, carro, trem ou a cavalo. Rodando pelos vales de Calchaquíes e Lerma, entre 1.200 m e 2.000 m de altitude, a pouca neve nos picos faz parecerem menores montanhas de até 6.000 m.

A erosão do solo pelo vento produz uma paisagem surreal, repleta de rochas deformadas que revelam veios multicoloridos. No início do ano, época de chuvas, alguns rios pouco profundos -mas bem largos- cortam os vales. Nos demais meses, secam e produzem uma paisagem de aspecto lunar. Avistam-se vicunhas selvagens, raposas, cervos e coelhos.

A região faz parte da rota de aves migratórias, e mais de 500 espécies já foram registradas no local. Com sorte, vê-se um condor em voo. Símbolo dos Andes, cujas asas têm mais de três metros de envergadura, habita grandes altitudes.

Um dos locais procurados para esse objetivo é a Cuesta del Obispo, trecho da estrada provincial 33 que serpenteia montanhas acima até a pedra del Molino, mirante panorâmico a 3.340 m acima do nível do mar, 2.000 m acima da cidade de Salta.

Na rodovia 68 fica a Quebrada de las Conchas, uma coleção de cânions avermelhados formados pelo desgaste causado pelo rio homônimo. Estão ali a Garganta do Diabo, fissura estreita e profunda na montanha com longos veios de rocha, o Anfiteatro, abertura de espaço circular cuja acústica é explorada por músicos, e a Quebrada de las Flechas, montanhas de rochas inclinadas formadas pela erosão do vento.

BEM DO ALTO

A viagem no Trem das Nuvens é uma opção complementar ao automóvel. A locomotiva percorre 434 km em cerca de 15 horas e passa por montanhas e cânions, dezenas de pontes, túneis e viadutos sobre altas altitudes.

A travessia do viaduto La Polvorilla leva o trem a se equilibrar sobre 224 m de trilhos a cerca de 70 m de altura em uma estrutura metálica cuja construção ocorreu entre 1921 e 1948. Em outro momento, o relevo é tão íngreme que, para subir, o trem faz um movimento em zigue-zague para frente e para trás. O destino final da viagem é o povoado de San Antonio de Los Cobres.

(MARCELO PLIGER)

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