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Vinho entrelaça história de Bordeaux

Até o doce local foi criado com sobras da produção da bebida, que passava por processo que levava clara de ovos

A cidade abriga cinco restaurantes com estrelas do 'Michelin', enquanto outros nove ficam nos arredores

DO ENVIADO A BORDEAUX (FRANÇA)

Bordeaux não tem fiação elétrica aparente. E suas fachadas, que foram construídas com pedras porosas da região, estão em processo especial de limpeza.

Quem visita hoje a catedral dessa cidade declarada patrimônio mundial pela Unesco em 2007 pode observar funcionários retirando o pretume da edificação -e parte dela, suja, contrasta com a já limpa, em tons pastel.

Essa preocupação com a beleza revela uma metrópole imponente, que foi revitalizada por dez anos no século 18. Uma passada à noite pelo Quartier Saint-Pierre mostra uma Bordeaux medieval, mas frequentada por jovens.

SOBRA DO VINHO

Bordeaux tem sua história entrelaçada pelo vinho -já no século 3º a. C., os gauleses plantaram as primeiras vinhas na região.

O canelé, um doce assado que é especialidade local, tenro, cujo sabor lembra um pouco o português pastel de Belém, foi criado das sobras do vinho -especificamente com as gemas.

E o que elas têm a ver com o vinho? Explica-se. Tradicionalmente, claras em neve eram utilizadas para a clarificação da bebida, retirando, nesse processo, resíduos sólidos durante a produção.

Com as muitas gemas restantes, criou-se esse bolinho, que ainda leva leite, farinha, açúcar, rum e baunilha.

Na cidade, estão cinco restaurantes estrelados pelo guia "Michelin", além de outros nove nos arredores.

Uma das opções no centro é o uma-estrela Le Gabriel (bordeaux-gabriel.fr), que tem combo de entrada, prato principal e sobremesa por € 29 (R$ 77,02).

Como usual, as opções podem variar conforme o tempo. No dia da visita, as escolhas foram uma refrescante sopa de cenoura com pequenos pedaços de beterraba e "croûtons". A surpresa estava no prato principal, que rendeu o melhor pato confitado do roteiro feito pela reportagem -como um prato típico francês, não faltaram outras oportunidades durante a viagem. Servido também com beterrabas, chegou à mesa extremamente saboroso e macio.

(RAFAEL MOSNA)

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