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Passeio do Prado concentra exposições
Exibição do museu que vai até setembro reúne tapetes de um dos maiores artistas do Renascimento flamengo
Com trabalhos de Velázquez, Picasso e outros artistas, visitas a museus madrilenossão viagens no tempo
DA ENVIADA A MADRI
Em Madri, os museus proporcionam viagens no tempo
e na história ocidental: juntando a tradição de mecenato do antigo Império Espanhol e os artistas contemporâneos, a capital espanhola
mostra ao mundo uma das
maiores e mais admiráveis
coleções de artes plásticas.
Os centros artísticos tradicionais mais importantes estão concentrados ao longo do
passeio do Prado, a partir do
seu início, na praça Carlos 5º.
O museu do Prado é o
maior deles, sobretudo depois de uma notável ampliação que, inaugurada há três
anos, aumentou em 50% sua
superfície.
Mesmo assim, é bom notar
que a exposição permanente
do Prado mostra menos de
5% do acervo, que tem 7.600
pinturas, mil esculturas e 13
mil estampas e desenhos,
além de objetos de arte.
Entre suas obras mais emblemáticas estão o "Jardim
das Delícias", a alegoria infernal do paraíso do holandês Hieronymus Bosch, "El
Bosco" para os espanhóis;
"As Meninas", de Diego Velázquez; "O Cão", de Francisco de Goya; "O Cavaleiro com
a Mão no Peito", de El Greco,
e muitas outras. É quase impossível ver tudo num só dia.
Confira no site do museu
do Prado (museoprado.
mcu.es) a exposição temporária que coincide com a sua
estada em Madri. Em "Arte
do Poder", mostra que acabou dia 23 de maio, o museu
reuniu armaduras, armas,
capacetes e escudos da corte
espanhola e óleos em que
membros da realeza exibiam
trajes de combate.
Entre as obras, a Roda de
Apoteose, escudo do imperador Carlos 5º (1500-1558), e
um capacete, esculpido após
a vitória de exércitos do papa
e de reinos católicos sobre os
otomanos em Lepanto (1571),
que tem em seu dorso a figura de um turco estendido,
cercado pelas alegorias da fama e da vitória.
Atual, a exibição temporária do Prado que começou em
junho e vai até setembro reúne oito tapetes de Willem de
Pannemaker, tecelão que viveu no século 16 em Bruxelas
e foi um dos maiores artistas
do Renascimento flamengo.
Na praça Carlos 5º, o centro de arte Rainha Sofia tem
obras contemporâneas. É lá
que está o painel "Guernica"
(1937), de Pablo Picasso, que
retratou o bombardeio alemão sobre a cidade basca,
em apoio às tropas fascistas
do então futuro ditador Francisco Franco, durante a Guerra Civil espanhola.
Perto dali, o CaixaForum,
outro centro de artes inaugurado há dois anos, tem na
própria arquitetura uma
atração permanente. Uma
estrutura suspensa foi criada
a partir do edifício de uma
antiga estação de energia elétrica e conserva, nas fachadas, seus tijolos originais.
O teto, irregular, reflete os
prédios vizinhos. Um jardim
vertical de 24 metros embeleza a praça sem adornos em
frente à entrada principal.
No CaixaForum se realizam pelo menos três exibições simultâneas. Na programação atual, destaca-se a retrospectiva de Miquel Barceló, considerado por muitos o
mais importante pintor vivo
da Espanha.
Já subindo o passeio do
Prado, perto da praça de Cibeles, está o museu Thyssen-Bornemisza, criado para reunir o acervo que o governo espanhol comprou da família
alemã que leva seu nome.
O Thyssen reúne obras dos
séculos 13 ao 20, incluindo
artistas do Renascimento italiano, como Tiziano e Caravaggio, e contemporâneos
como Picasso e Edward Hopper.
(CLAUDIA ANTUNES)
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