São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Passeio do Prado concentra exposições

Exibição do museu que vai até setembro reúne tapetes de um dos maiores artistas do Renascimento flamengo

Com trabalhos de Velázquez, Picasso e outros artistas, visitas a museus madrilenossão viagens no tempo


DA ENVIADA A MADRI

Em Madri, os museus proporcionam viagens no tempo e na história ocidental: juntando a tradição de mecenato do antigo Império Espanhol e os artistas contemporâneos, a capital espanhola mostra ao mundo uma das maiores e mais admiráveis coleções de artes plásticas.
Os centros artísticos tradicionais mais importantes estão concentrados ao longo do passeio do Prado, a partir do seu início, na praça Carlos 5º.
O museu do Prado é o maior deles, sobretudo depois de uma notável ampliação que, inaugurada há três anos, aumentou em 50% sua superfície.
Mesmo assim, é bom notar que a exposição permanente do Prado mostra menos de 5% do acervo, que tem 7.600 pinturas, mil esculturas e 13 mil estampas e desenhos, além de objetos de arte.
Entre suas obras mais emblemáticas estão o "Jardim das Delícias", a alegoria infernal do paraíso do holandês Hieronymus Bosch, "El Bosco" para os espanhóis; "As Meninas", de Diego Velázquez; "O Cão", de Francisco de Goya; "O Cavaleiro com a Mão no Peito", de El Greco, e muitas outras. É quase impossível ver tudo num só dia.
Confira no site do museu do Prado (museoprado. mcu.es) a exposição temporária que coincide com a sua estada em Madri. Em "Arte do Poder", mostra que acabou dia 23 de maio, o museu reuniu armaduras, armas, capacetes e escudos da corte espanhola e óleos em que membros da realeza exibiam trajes de combate.
Entre as obras, a Roda de Apoteose, escudo do imperador Carlos 5º (1500-1558), e um capacete, esculpido após a vitória de exércitos do papa e de reinos católicos sobre os otomanos em Lepanto (1571), que tem em seu dorso a figura de um turco estendido, cercado pelas alegorias da fama e da vitória.
Atual, a exibição temporária do Prado que começou em junho e vai até setembro reúne oito tapetes de Willem de Pannemaker, tecelão que viveu no século 16 em Bruxelas e foi um dos maiores artistas do Renascimento flamengo.
Na praça Carlos 5º, o centro de arte Rainha Sofia tem obras contemporâneas. É lá que está o painel "Guernica" (1937), de Pablo Picasso, que retratou o bombardeio alemão sobre a cidade basca, em apoio às tropas fascistas do então futuro ditador Francisco Franco, durante a Guerra Civil espanhola.
Perto dali, o CaixaForum, outro centro de artes inaugurado há dois anos, tem na própria arquitetura uma atração permanente. Uma estrutura suspensa foi criada a partir do edifício de uma antiga estação de energia elétrica e conserva, nas fachadas, seus tijolos originais.
O teto, irregular, reflete os prédios vizinhos. Um jardim vertical de 24 metros embeleza a praça sem adornos em frente à entrada principal.
No CaixaForum se realizam pelo menos três exibições simultâneas. Na programação atual, destaca-se a retrospectiva de Miquel Barceló, considerado por muitos o mais importante pintor vivo da Espanha.
Já subindo o passeio do Prado, perto da praça de Cibeles, está o museu Thyssen-Bornemisza, criado para reunir o acervo que o governo espanhol comprou da família alemã que leva seu nome.
O Thyssen reúne obras dos séculos 13 ao 20, incluindo artistas do Renascimento italiano, como Tiziano e Caravaggio, e contemporâneos como Picasso e Edward Hopper. (CLAUDIA ANTUNES)


Texto Anterior: Centro histórico é um bom local de hospedagem para turistas
Próximo Texto: De tapas a assados, coma à madrilena
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.