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África lidera número de acidentes
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para quem tem medo de avião,
os números podem ser bons aliados na luta contra o frio na barriga. Dos 60 acidentes aéreos ocorridos no Brasil em 2004, apenas
dois envolviam aviões de grandes
companhias aéreas. As aeronaves
particulares foram as que mais tiveram problemas (24 casos), seguidas de operações agrícolas
(13), táxis aéreos (dez), vôos de
instrução (nove) e viagens governamentais (dois).
Esses 60 acidentes resultaram
em 77 mortes -havia 10.819
aviões em operação no ano passado, de acordo com os dados do
DAC (Departamento de Aviação
Civil). Desde 1999, o número de
desastres com aeronaves no país
não atinge a casa dos 70 por ano.
Até 1º de agosto deste ano, ocorreram 28 acidentes no Brasil, com
11 mortes. A média brasileira segue os números mundiais: de
1995 a 2003 ocorreu 1,05 acidente
em 1 milhão de decolagens nos
céus tupiniquins; no planeta,
houve 1,2.
Ainda assim, é uma taxa maior
do que a americana, com 0,4 acidente, e a européia (0,7). A África
lidera os índices de acidentes: 8,7
em 1 milhão de decolagens.
Segundo estatísticas da Iata (International Air Transport Association), organização que reúne
265 companhias em todo o mundo, representando 94% do transporte aéreo internacional, ocorrem 75 mil vôos diariamente (a
maioria, com aviões a jato). "Como temos 86,4 mil segundos em
um dia, há praticamente um vôo
internacional por segundo", calcula Filipe Pereira dos Reis, gerente-geral da Iata no Brasil.
Ainda de acordo com a organização, na década de 50, era transportado pouco mais de 1 milhão
de pessoas e havia cerca de 550
mortes por ano. Em 2004, esse
número aumentou para 1,8 bilhão
de passageiros, mas o número de
mortes permanece praticamente
o mesmo.
Check-up
A manutenção dos aviões brasileiros é feita por oficinas homologadas, fiscalizadas pelo DAC. Depois de determinado número de
horas voadas (cada avião tem seu
ciclo, e o acúmulo de horas também é controlado pelo departamento), a aeronave entra em manutenção.
As inspeções são feitas tanto nas
grandes quanto nas pequenas
companhias aéreas, segundo a assessoria de comunicação do departamento, com procedimentos
diferentes para cada tipo de avião.
As peças da aeronave são revisadas, e aquelas cuja "validade" esteja vencida são trocadas.
(JD)
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