São Paulo, quinta-feira, 02 de julho de 2009

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Para médicos, decisão sobre viagem depende de bom senso

DA REPORTAGEM LOCAL

A maioria dos médicos ouvidos pela reportagem da Folha desaconselha viagens para países com alto risco de contaminação com a gripe A (H1N1) para o chamado grupo de risco.
Fazem parte dele pessoas com menos de dois anos, com mais de 60 anos, portadores de Aids, pacientes que fazem quimioterapia, mulheres grávidas e pessoas com depressão imunológica por qualquer motivo.
Elas têm mais chances de desenvolver complicações decorrentes da doença.
Já em relação a pessoas fora desse grupo, a recomendação é usar de bom senso. "Pessoas que não apresentam essas situações podem viajar, desde que estejam cientes de que elas correm o risco de pegar a gripe A", diz Juvêncio Furtado, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
"Esse vírus já está internamente aqui no Brasil. Deixar de viajar nesse caso é excesso de preocupação. De repente a pessoa pega a gripe aqui", comenta o infectologista Celso Granato, da Unifesp.
Se não é possível adiar a viagem, mas há receio de contaminação com a gripe A, os médicos indicam medidas para prevenir a doença.
"Evitar aglomerações, beber dois litros de água por dia, lavar sempre a mão - o contato com a mão transmite muito. Vale a pena levar álcool em gel para limpar as mãos ao longo do dia", recomenda o infectologista Artur Timerman.
Outra medida é tomar vacina contra a gripe comum. "Não protege contra a gripe A, mas, por outro lado, de 30% a 40% dos casos são de gripe A, e de 60% a 70% dos casos são de outros vírus. Se você tomar a vacina contra a gripe sazonal, vai evitar esses vírus e ter menos dúvidas", diz Granato.

Pirotecnia
A máscara cirúrgica, comum em países com casos da doença, pode ficar de fora. "Andar na rua com máscara é pirotecnia, não faz sentido. Ela teria de ser trocada a cada duas horas", diz Timerman. Após esse período, a máscara perde o efeito.
Outras recomendações são válidas para qualquer viagem: colher informações sobre hospitais e clínicas onde o viajante poderá ser atendido e preparar uma "farmacinha" com os remédios que o viajante utiliza normalmente, incluindo um descongestionante.
"É complicado passar mal fora do Brasil, não se sabe bem aonde ir. Os nomes dos remédios não são iguais nos outros países, e a legislação também muda. Tem remédios que podemos comprar sem receita médica aqui, mas que precisam de receita em outros países e vice-versa", lembra Granato. (MARINA DELLA VALLE)


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