São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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ÚLTIMA CHAMADA

Turista é alvo de truques e sorrisos de cubanos "na lucha"

Os "esquemas" vão de pedido de taxistas para circular com taxímetro desligado a golpes dos "jineteros"

DA ENVIADA ESPECIAL A CUBA

Eles ganham o equivalente a entre 10 e 30 por mês, precisam da moeda forte -a que circula somente na indústria turística- para comprar produtos que saiam do básico e chegam a morrer na casa em que nasceram -não há comércio imobiliário, apenas trocas com o pagamento da diferença. Não é de se espantar que os cubanos gastem (quase) toda sua criatividade bolando esquemas para burlar a lei e engordar o orçamento. Ainda assim, seja por resignação ou por mera falta de parâmetro, transmitem uma alegria que parece inabalável e estão sempre dispostos a conversar (tema preferido com interlocutor brasileiro: novelas -as da Globo, três vezes por semana no ar).
Tanta simpatia, no entanto, às vezes vem com preço. Sendo os turistas a fonte maior de moeda forte, é de se esperar que a maioria dos esquemas gire em torno deles. De telefonistas que tentam multiplicar o tempo da chamada a balconistas de café que dobram o preço da bebida conforme a cara do freguês, é difícil traçar o limiar entre esperteza e desonestidade. Tudo sempre com um sorriso acompanhando. O caso mais evidente é o dos taxistas. Como recebem um salário fixo por mês e são obrigados a entregar ao governo o dinheiro arrecadado pelo taxímetro, a maioria se oferece para desligar o aparelho e cobrar um valor mais baixo -mas que vai para o próprio bolso.
Já o caso mais inconveniente é o dos "jineteros", homens que se oferecem como acompanhantes (a conotação não necessariamente é sexual) e depois tentam tirar vantagem do turista de toda forma possível. Não se deixe desmontar pelo sorriso. No caso dos "jineteros", rispidez e cara fechada são recomendáveis. (LUCIANA COELHO) Turista é alvo de truques e sorrisos de cubanos "na lucha'


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