São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2001

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"Latino-americanos seguem vindo em número significativo"

DO ENVIADO ESPECIAL

"Tenho cinco minutos, alguém tem alguma pergunta?". Foi assim, esbaforido, que Alex Penelas, prefeito de Miami-Dade, deu iniciou à entrevista coletiva em que falou da crise no setor de turismo depois dos ataques de setembro.
O encontro, reproduzido abaixo, reflete a pressa desse político de 39 anos, eleito em 1996 e reeleito no ano passado. De origem cubana, Penelas nasceu em Miami e foi o mais jovem prefeito eleito de Miami-Dade, condado onde vivem 2,1 milhões de pessoas.
Administrador do maior governo metropolitano na região sudeste dos EUA -30 municipalidades, incluindo Miami Beach e Miami, importantes áreas urbanas que integram a Grande Miami, estão sob sua jurisdição-, Penelas elegeu-se pelo Partido Democrata numa metrópole latina em que o eleitorado se divide mais em torno da origem dos candidatos (descendentes de cubanos versus eleitores de origem porto-riquenha) do que entre democratas e republicanos.
(SILVIO CIOFFI)

TURISMO - "Dois milhões de dólares foi tudo o que recebemos do governo federal dos EUA para fomentar o turismo depois dos atentados. Nos hotéis, a ocupação anda na casa dos 30% -número que corresponde à metade do que tínhamos na mesma época do ano passado. Hoje, aproximadamente 250 mil pessoas trabalham com turismo no condado de Miami-Dade, ou seja, um em cada quatro habitantes tem emprego no setor, já que a população economicamente ativa é de cerca de 1 milhão de pessoas. Estimamos que, na área de turismo, 20 mil pessoas perderam o emprego depois de 11 de setembro, sobretudo na área de recreação. Para reverter isso, estamos investindo como nunca em segurança e, no lado da indústria, há descontos em hotéis e nas empresas aéreas e de navegação."

IMPACTO - "O problema mais grave que enfrentamos desde 11 de setembro foi a segurança e, naturalmente, a indústria do turismo sentiu muito o impacto. Mas, curiosamente, os turistas norte-americanos foram os que mais deixaram de visitar Miami. Os turistas latino-americanos seguem vindo em número significativo. Mesmo assim, 10 milhões de pessoas devem dormir pelo menos uma noite em um quarto de hotel aqui no Condado neste ano. Também é preciso lembrar que o período forte de turismo começa agora, depois do Dia de Ação de Graças [22 de novembro"."

ECONOMIA - "Nos dias que se seguiram aos atos terroristas, deixamos de receber US$ 22 milhões por dia no setor de turismo e, agora, os ingressos são de cerca de US$ 12 milhões diários a menos que no ano 2000. Vale lembrar que a indústria do turismo gira entre US$ 13 bilhões e US$ 15 bilhões por ano na região.
A cada ano, quebrávamos recordes do ano anterior. Em 2000, Miami-Dade recebeu 10,1 milhões de pessoas que dormiram em seus hotéis. Isso não inclui os 3 milhões de passageiros que não dormiram aqui, porque partiram em cruzeiro, nem as pessoas que vieram fechar negócio e partiram horas depois."

SEGURANÇA - "Temos hoje uma preocupação com a segurança nunca antes vista. A Guarda Nacional está patrulhando o aeroporto, revistamos os passageiros com mais precisão nos aviões e, também, nos navios de cruzeiros. Com relação à entrada de empregados, os cuidados são agora maiores. Nas companhias aéreas, as medidas de segurança foram igualmente reforçadas."

CAMPANHA - "Estamos participando da campanha oficial "O que te deixa contente?/What makes you happy?" (www.WhatMa kesYouHappy.com), lançada pelo Greater Miami Convention & Visitors Bureau (GMCVB). No estão listadas promoções, atividades e eventos especiais que podem ser desfrutados pelos turistas que vêm a Miami. Ainda no aeroporto, onde trabalham 40 mil pessoas, a segurança foi ampliada."



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