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Passado é presente em Penedo
ESPECIAL PARA A FOLHA
Caminhar por Penedo é um
convite ao passado. Construída
pelos portugueses no século 16 sobre os rochedos que estreitam o
rio São Francisco, não resistiu à
invasão holandesa no século 17.
Maurício de Nassau aportou ali
com sua corte, mudando o nome
da cidade para Maurícia. Porém
não resistiu à principal aliada dos
portugueses, a malária. Isso foi
cem anos depois do naufrágio do
barco do bispo Sardinha, que para ali fora catequizar índios. Imagino como se sentiu o religioso ao
alcançar uma das praias. Mal conseguiu dar graças a Deus, foi devorado pelos caetés. Salvar-se do
afogamento e servir de repasto só
pode ser brincadeira do destino.
Entre as construções de época,
destacam-se as igrejas e o oratório
da Forca. Tinha esse nome porque os condenados faziam ali sua
última oração antes de serem atirados ao rio com as mãos amarradas às costas e uma pedra presa a
uma corda no pescoço.
São histórias que ainda contam
na cidade, que se considerava a
mais católica das brasileiras, razão pela qual não permitia que os
condenados à morte por esquartejamento fossem executados em
sua praça. Eram mandados para
Sergipe, na outra margem do rio,
onde o carrasco os executava.
Nos arredores de Penedo Zumbi foi traído, preso e esquartejado
(há quem diga que teria sido em
Viçosa, AL). Mas também foi lá
que a família Lemos construiu a
bela igreja de Nossa Senhora da
Corrente, em cujo santuário há
um fundo falso onde escondiam
os escravos para a liberdade.
(GB)
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