São Paulo, segunda-feira, 03 de dezembro de 2001

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ARGENTINA INSÓLITA

Províncias do norte têm desertos e montanhas que lembram filme de faroeste e ruínas indígenas

Vales preservam tesouros históricos em Tucumán e Salta

SIDINEI LOPES
ENVIADO ESPECIAL À ARGENTINA

Quem chega a Tucumán e a Salta tem a sensação de adentrar um cenário de algum filme de faroeste, ao ir ao encontro de suas montanhas, desertos e precipícios, além de se deparar com vistas magníficas que não são facilmente esquecidas. Uma visão que conquista amantes da fotografia e apreciadores de belas paisagens.
Há vales maravilhosos nessa região do norte da Argentina, que preserva muitos tesouros e sítios arqueológicos de civilizações já passadas, entre elas a dos incas. Tucumán e Salta sobressaem nesse contexto como exemplos de preservação do patrimônio histórico na América do Sul.
A história de San Miguel de Tucumán, capital da Província de Tucumán, tem origem em 31 de maio de 1565, quando Diego de Villarroel decidiu fundar uma cidade. O local tornou-se uma importante via de escoamento comercial em direção ao alto Peru.
Antes, no entanto, quando os espanhóis chegaram à região, encontraram três grandes povos nativos: os diaguitas (que dominavam os vales Calchaquies), os lules e os tonocotes.
O nome da Província, de acordo com alguns historiadores, deriva da palavra "tucman", que significava "terras férteis" para os incas. Outra corrente garante que Tucumán tem como origem o nome de um poderoso cacique calchaqui chamado Tucman.
Numerosas ruínas e vales se encontram nessa região. O principal ponto turístico de Tucumán é Tafí del Valle, a 1.976 m de altitude. Combina montanhas, rios e clima agradável, apesar de apresentar uma vegetação semi-árida.
Tafí del Valle estende-se por Amaicha del Valle, rodeado de coloridos cerros. É uma típica região conhecida por sua festa à Pachamama (mãe Terra).
Nas serras de Cajon e de Aconquija ficam as ruínas de Quilmes, nome da tribo dos índios mais guerreiros e rebeldes do noroeste argentino, onde é possível visitar uma espécie de cidade fortaleza, com construções feitas somente de pedra, além de trilhas, moinhos, canais e cemitérios. Muito próximo ao local encontra-se Colalao del Valle, a 1.815 m de altitude, cuja população dedica-se à produção de especiarias e artesanato. Em Lules estão as ruínas de San Jose, onde os religiosos ensinavam os índios a ler e a escrever.
Também de origem jesuíta, datada do século 17, a cidade de Raco foi eleita pelas tradicionais famílias de Tucumán um dos pontos preferidos para passar as férias e fugir do intenso calor da capital.
Cinco quilômetros separam Raco de Siabon, belo lugar caracterizado por suaves serras. Mais adiante fica San Javier, a cidade de veraneio mais próxima de Tucumán, que é também a capital nacional para a prática de asa-delta.


Sidinei Lopes viajou a convite da Dinar Linhas Aéreas e do Ministério do Turismo, Cultura e Esportes da Argentina


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