São Paulo, quinta-feira, 04 de agosto de 2005

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Almaviva une França e Chile em cepas e negócios

DA ENVIADA ESPECIAL A PORTILLO

Quem viaja para estações de esqui passa (quase) obrigatoriamente por Santiago e pode, assim, usar o tempo na capital para conhecer um pouco sobre a produção vitivinícola chilena.
A vinícola Almaviva, uma das mais célebres do país, em La Pintana, na região metropolitana, é fruto de uma parceria entre as vinícolas Concha y Toro - responsável por cerca de 40% da produção de vinho no Chile - e Baron Philippe de Rothschild (de origem francesa). A associação surgiu em 1996 com a intenção de criar um vinho premium franco-chileno -o Almaviva, que combina três cepas: cabernet sauvignon, principalmente, carmenère e cabernet franc.
A Concha y Toro destina metade dos 84 hectares de La Pintana para a produção de uvas que serão empregadas no Almaviva. Para esse vinho são reservadas as plantações mais antigas, de até 27 anos de idade, localizadas em solo pedregoso e produtoras das melhores cabernet sauvignon.

Sabor exclusivo
Os cachos são colhidos em pequenos recipientes, para que os frutos não se rompam -o que causaria um início não desejado de fermentação, ainda nas caixas. Em seguida, os melhores cachos são escolhidos um a um, sempre manualmente.
Antes da colheita, são feitos testes diários - laboratoriais e de paladar- para detectar se a quantidade de açúcar já é a ideal para a produção do vinho. Os técnicos escolhem as uvas de determinadas fileiras.
A irrigação, controlada, também é ajustada conforme a necessidade de cada fila de plantas.
A sede da vinícola foi projetada pelo arquiteto chileno Martín Covarrubias. As curvas da fachada aludem à cordilheira dos Andes. Nos arredores da bodega, há uma casa de campo típica chilena, onde são recebidos os visitantes.
Por dentro, a bodega é dividida em salas: a de cubas -onde as uvas são selecionadas-, a "gran chai" -onde o vinho fica por dez meses em tonéis de carvalho- e a "chai barricas" -em que o vinho permanece por mais oito meses, também em carvalho, até chegar a época do engarrafamento.
As máquinas de engarrafar a bebida funcionam apenas três dias por ano, em fevereiro ou dezembro, dependendo da colheita.
São produzidas cerca de 110 mil garrafas anualmente. Elas são armazenadas por ao menos seis meses em uma sala que, como todas as outras, tem temperatura controlada entre 13C e 17C.
Ao fim da visita, chega a hora mais esperada, a da degustação desses vinhos franco-chilenos. Quem puder e gostar vai desembolsar ali mesmo US$ 94 para comprar uma garrafa e levar um pouco do sabor do Chile para casa. (VIVIANE JORGE)


Almaviva - Aberto para visitação de segunda a sexta, das 9h30 às 17h30; é preciso agendar a visita enviando, por fax (00/xx/56/2/852-5405) ou email (prinfo@almaviva.cl), as seguintes informações: nome completo, empresa em que trabalha, cargo que ocupa, endereço, fax, email, data e horário da visita, idioma dos visitantes, número de turistas e se o grupo tem alguma relação com a indústria vinífera. O passeio dura 45 minutos e custa US$ 20; informações: www.conchaytoro.com/company/related_almaviva.html.

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