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DESLIZANDO NA NEVE
Repleta de atrações, estação fica em região isolada
Portillo é embarcação atracada em mar de neve
VIVIANE JORGE
ENVIADA ESPECIAL A PORTILLO
Nos Andes chilenos, a 164 km de
Santiago, a estação de esqui Portillo parece um transatlântico atracado num mar de neve. No topo
da montanhas, é o único hotel de
uma região isolada, sendo, assim,
completo como um navio. Chegar a esse local numa noite estrelada dá a sensação de estar perto
do céu -a 2.800 m de altitude.
A decoração reforça a brincadeira de ser um passageiro de navio, com paredes forradas com
couro escuro e lustres e móveis de
madeira maciça. À primeira vista
tudo parece sisudo, mas a impressão logo desaparece, quando o
hall começa a se encher de garçons e de hóspedes relatando peripécias nas montanhas.
O hotel existe há 55 anos e há 49
pertence à mesma família. Portillo se orgulha de ter sido a única
estação de esqui sul-americana a
sediar o campeonato mundial da
modalidade. No total, os quartos
acomodam 450 hóspedes -a
maioria tem de 25 a 40 anos, e há
muitas famílias.
Em agosto, há menos gente. Os
brasileiros "embarcam" para Portillo em sua maioria em julho
(mês de férias por aqui), quando
ocupam 80% de suas vagas. E não
há problemas para quem não fala
espanhol: o português é o terceiro
idioma do lugar, atrás do espanhol e do inglês.
Dia seguinte
Na primeira manhã após a chegada, acordar é uma grata surpresa: da janela avistam-se montanhas brancas refletidas na laguna
del Inca. O melhor é que se pode
ficar deitado, pois, como todas as
atividades são ali mesmo, não é
preciso pular da cama cedo e percorrer grandes distâncias. O café é
servido até as 10h, e as aulas de esqui começam depois das 10h30.
É preciso chegar com ao menos
15 minutos de antecedência para
as lições, pois demora-se algum
tempo para vestir todos os aparatos necessários para enfrentar a
neve. Na lista de equipamentos, o
filtro solar deve fazer par com os
óculos escuros -para evitar o
efeito olhos de urso panda ao contrário no rosto.
Após o café, o visitante pode tomar aulas de esqui ou snowboard
na escola do hotel, considerada
uma das melhores do mundo e
comandada pelo espanhol Jésus
Puente. As lições podem ser em
grupo de quatro pessoas ou individuais e são acompanhadas por
instrutores. Quem não tem o
equipamento aluga no hotel.
Há professores especializados
em ensinar as crianças. Perto da
"sala de aula" para os pequenos fica sempre uma personagem especial, de olho em tudo: a cadela
Margot, uma são-bernardo de
quatro meses que é a verdadeira
estrela do hotel.
Os instrutores garantem que
um aluno aplicado pode descer
pela pista intermediária com uma
semana de aulas. As 16 pistas são
divididas em categorias que vão
de fácil a expert.
E quem tiver experiência, disposição para aventura e alguns
dólares no bolso pode optar por
fazer o "heliski" (subir de helicóptero até um dos pontos mais altos
da montanha e descer esquiando
pelas pistas de neve virgem).
Muitas equipes internacionais
treinam nas pistas de Portillo, fato
que contagia os hóspedes e os incentiva a treinamentos mais sérios, na pista de slalom gigante
(corrida entre cones). Todas as
quintas-feiras é realizada a corrida Sol de Portillo, em que os hóspedes são convidados a competir.
No final da tarde, no hall do hotel,
é feita a cerimônia de premiação,
com coquetel, música e agito.
Não há a possibilidade de ficar
parado em Portillo. De dia, as
temperaturas são altas -por volta de 25C-, e dá para encarar
um mergulho na piscina, aquecida, é claro. Aulas de hidroginástica acontecem no fim de tarde. Há
ainda salas de musculação e aulas
de alongamento e de ioga. Massagem e sauna recuperam os músculos para o dia seguinte.
O hotel ainda dispõe de cyber
café, sala de jogos e biblioteca. E
às 19h há uma sessão de cinema,
com filmes que não se repetem.
Com todas essas atividades, fica
óbvio o motivo da ausência de
TVs nos quartos. Há sempre alguma atividade mais interessante
para fazer, de dia ou à noite.
Viviane Jorge viajou a convite da Ski Portillo e da LAN
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