|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DUNAS E AZULEJOS
O leito fluvial delimita a APA de Pequenas Dunas e guia turistas em passeio a partir de Barreirinhas
Ziguezague do rio Preguiças alinhava mangue e povoados
DO ENVIADO ESPECIAL AO MARANHÃO
Ao ler ou ouvir o nome desse
rio, será, provavelmente, a primeira vez na vida em que o viajante se depara com a palavra preguiça escrita no plural. Um suposto plural, ao menos.
O rio, que nasce no interior do
Estado, tem 120 km de extensão e
avança em ziguezague delimitando, à sua direita, a APA (Área de
Proteção Ambiental) dos Pequenos Lençóis, área de dunas mais
modestas que as do parque nacional. Cruzar o rio até perto de onde
se encontra com o mar já se tornou um passeio tradicional para
aqueles que visitam a região.
As saídas são quase sempre da
praça no centro de Barreirinhas.
O passeio é uma boa maneira de
conhecer a vegetação que contorna o rio. Na altura de Barreirinhas, a paisagem é dominada por
uma vegetação alta e abundante,
pontuada de palmeiras. As mais
comuns são o buruti, a jussara (ou
açaí) e a carnaúba.
Aos poucos, o mangue toma
conta das margens. O rio chega a
alcançar uns bons 100 m de um
extremo ao outro. Mesmo se estiver louco para tirar fotos, evite se
levantar nas lanchas e vista o colete salva-vidas. A maioria das lanchas conta com o equipamento de
segurança, mas nem todos os
guias exigem a sua utilização.
A primeira parada, logo depois
da saída de Barreirinhas, é em
Vassouras. Aproveite para tomar
uma água de coco na barraca à
beira-rio. Macaquinhos se aproximam e se portam como verdadeiros candidatos a modelo: chegam perto, fazem pose e não se
importam com os flashs.
A recompensa que os pobrezinhos esperam é um pedaço de bolacha, de chocolate ou de fruta.
Não corrompa os bichinhos: dê
apenas polpa de coco para eles. É
o que recomendam os guias e os
ecologistas de plantão.
A próxima parada é em Mandacaru, cuja maior atração é o imenso farol Preguiças, construído na
década de 1940. Visitas são permitidas todos os dias. E, lá de cima, a
35 metros de altura, depois de
vencer nada menos que 160 degraus, tem-se uma vista deslumbrante: o mar, as dunas dos pequenos lençóis, grande parte do
rio e, ao fundo, a larga faixa de
areia que limita a praia.
Quem quiser ver o trecho onde
mar e rio se encontram pode esticar o passeio até Caburé, povoado
de pescadores numa península de
areia entre o rio e o mar. O viajante curte belas paisagens e o mar
calmo e deserto. Só o que incomoda ali é o vento. Amarre bem as
toalhas e segure os bonés, ou terá
que correr muito para recuperá-los.
(RAFAEL ALVES PEREIRA)
Texto Anterior: Cupuaçu vira pudim e sorvete Próximo Texto: Dunas e azulejos: São Luís enfeixa elevadas doses de ares portugueses Índice
|