São Paulo, quinta-feira, 04 de novembro de 2004

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DUNAS E AZULEJOS

O leito fluvial delimita a APA de Pequenas Dunas e guia turistas em passeio a partir de Barreirinhas

Ziguezague do rio Preguiças alinhava mangue e povoados

DO ENVIADO ESPECIAL AO MARANHÃO

Ao ler ou ouvir o nome desse rio, será, provavelmente, a primeira vez na vida em que o viajante se depara com a palavra preguiça escrita no plural. Um suposto plural, ao menos.
O rio, que nasce no interior do Estado, tem 120 km de extensão e avança em ziguezague delimitando, à sua direita, a APA (Área de Proteção Ambiental) dos Pequenos Lençóis, área de dunas mais modestas que as do parque nacional. Cruzar o rio até perto de onde se encontra com o mar já se tornou um passeio tradicional para aqueles que visitam a região.
As saídas são quase sempre da praça no centro de Barreirinhas.
O passeio é uma boa maneira de conhecer a vegetação que contorna o rio. Na altura de Barreirinhas, a paisagem é dominada por uma vegetação alta e abundante, pontuada de palmeiras. As mais comuns são o buruti, a jussara (ou açaí) e a carnaúba.
Aos poucos, o mangue toma conta das margens. O rio chega a alcançar uns bons 100 m de um extremo ao outro. Mesmo se estiver louco para tirar fotos, evite se levantar nas lanchas e vista o colete salva-vidas. A maioria das lanchas conta com o equipamento de segurança, mas nem todos os guias exigem a sua utilização.
A primeira parada, logo depois da saída de Barreirinhas, é em Vassouras. Aproveite para tomar uma água de coco na barraca à beira-rio. Macaquinhos se aproximam e se portam como verdadeiros candidatos a modelo: chegam perto, fazem pose e não se importam com os flashs.
A recompensa que os pobrezinhos esperam é um pedaço de bolacha, de chocolate ou de fruta. Não corrompa os bichinhos: dê apenas polpa de coco para eles. É o que recomendam os guias e os ecologistas de plantão.
A próxima parada é em Mandacaru, cuja maior atração é o imenso farol Preguiças, construído na década de 1940. Visitas são permitidas todos os dias. E, lá de cima, a 35 metros de altura, depois de vencer nada menos que 160 degraus, tem-se uma vista deslumbrante: o mar, as dunas dos pequenos lençóis, grande parte do rio e, ao fundo, a larga faixa de areia que limita a praia.
Quem quiser ver o trecho onde mar e rio se encontram pode esticar o passeio até Caburé, povoado de pescadores numa península de areia entre o rio e o mar. O viajante curte belas paisagens e o mar calmo e deserto. Só o que incomoda ali é o vento. Amarre bem as toalhas e segure os bonés, ou terá que correr muito para recuperá-los. (RAFAEL ALVES PEREIRA)


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