São Paulo, quinta-feira, 05 de julho de 2007

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ACESSIBILIDADE

Infra-estrutura do país favorece, mas organizar a viagem é indispensável

ESPECIAL PARA A FOLHA,
EM LONDRES

Na Inglaterra, a cadeira de rodas trabalha a favor do deficiente: o inglês de verdade ajuda em tudo o que estiver a seu alcance. Somente essa sensação justifica a viagem e decididamente enaltece a auto-estima. Não é pouca coisa para estabelecer o valor de uma cidade ou de uma sociedade. Confira algumas dicas. (MPC)

 


Se você ou seu acompanhante falar inglês, a viagem será muito facilitada. Se não falar, faça um bom curso de inglês até conseguir se comunicar.

Se tiver uma cadeira com motor ou um acompanhante que empurre uma cadeira normal, a viagem é possível. Para quem estiver viajando sozinho, sem motor, é praticamente impossível subir e descer as rampas de táxis tradicionais e de ônibus.

Prefira rodar de ônibus, que funcionam muito bem. Estabeleça percursos por ruas movimentadas e que tenham pontos de ônibus: raramente suas calçadas são impraticáveis.

O emprego do metrô fica restrito a algumas linhas. Melhor evitar. Emergências e alarmes são freqüentes nestes tempos de precauções anti-terrorismo.

Os trens são excelentes, mas pequenas estações são bem mais difíceis, pois o cadeirante tem que pedir a rampa ao chefe da composição, além de avisar onde vai descer. Estações geridas automaticamente, com bilheteria automática, muito comuns em Londres, são mais complicadas. É melhor evitá-las.

As várias companhias aéreas, por mais boa vontade que digam possuir, não tratam bem a sua cadeira. Fique de olho e exija todas as garantias.

Exija seus direitos e não hesite em relatar discriminações. É desagradável e trabalhoso, mas é um ato de cidadania indispensável à mudança de mentalidade. A companhia aérea Ryanair, por exemplo, já foi condenada por discriminação. Evite ao máximo todos os vôos que passem por Paris. Seus funcionários parecem treinados para constranger os deficientes de todas as formas possíveis.

Em geral, evite conexões. As transferências nos aeroportos contam com empresas terceirizadas e funcionários realmente mal treinados.

Compre o Oyster card, um bilhete único válido por uma semana, por 14 libras (o equivalente a R$ 28). Há sempre a possibilidade de descontos para quem tem cidadania européia, mas é exigida a "wheelcard" (além de uma boa burocracia). Sempre que puderem, porém, os funcionários darão o desconto.

Um táxi tradicional do aeroporto de Heathrow para o centro de Londres sai por 65 libras (R$ 131). Há o private hire, táxis comuns que funcionam somente se chamados por telefone ou pela internet. O melhor para aeroportos é o Just airports www.justairports.com. Telefone para 0208-9001666. Custa por volta de 40 libras (R$ 81). É conveniente reservar para não correr o perigo de perder a hora. O chamado de um táxi tradicional pode simplesmente ser feito com um sinal.

É fundamental para o êxito da viagem saber usar e abusar da internet para tudo. Programe antecipadamente toda a viagem e seus percursos, verifique a acessibilidade das estações de trem e de metrô, reserve hotéis e restaurantes com desconto, consulte seus direitos e reclame de maus tratos.


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