São Paulo, segunda-feira, 06 de janeiro de 2003

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DIVERSÃO ANIMAL

Enjaulados, turistas entram em tanque com mais de 50 desses animais para observá-los bem de perto

Sea World organiza mergulho com tubarões

LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL À FLÓRIDA

Dentro de uma pequena jaula, por cerca de meia hora, a sensação de estar no meio do mar diante de dezenas de tubarões é o que oferece o Sharks Deep Dive Program, a mais nova atração do Sea World Orlando, um dos inúmeros parques temáticos existentes no Estado da Flórida, sudeste dos Estados Unidos.
A novidade custa US$ 150 se a pessoa optar pelo mergulho com garrafa de ar comprimido (nesse caso, é necessário apresentar carteira de mergulhador) ou US$ 125 se ela quiser contar só com um snorkel, sendo preciso prender a respiração para atingir uma maior profundidade.
Aparentemente, os preços são altos. Entretanto os valores incluem dois dias de entrada no Sea World (o preço nas bilheterias é US$ 52,95 para adultos e US$ 43,95 para crianças de 3 a 9 anos), uma camiseta e um livro com informações sobre tubarões.
O Sea World recomenda reservas com antecedência para essa atração, principalmente na alta temporada (de maio a setembro e no final de dezembro e início de janeiro), já que no máximo 12 pessoas (uma dupla de cada vez) visitam os tubarões por dia.
O motivo: não há tempo hábil para mais gente, pois a atividade dura quase duas horas. São seis sessões diárias, com duas pessoas "enjauladas" de cada vez.
Antes de encontrar os tubarões, que dividem seu espaço com arraias e outros peixes menores, os mergulhadores são encaminhados a uma área em que um instrutor dá uma aula sobre os animais.
Na explanação, o visitante fica sabendo, entre outras coisas, que o tanque em que vivem 53 tubarões de sete espécies tem 37 metros de comprimento, 18 metros de largura e seis de altura.
Que esses peixes se alimentam somente uma ou duas vezes por semana, ingerindo, em média, um total de 6,5 kg de peixes nesse período -pouco se comparado, por exemplo, com um golfinho, que come 14 kg de peixes por dia.
E que, na maior parte das vezes, os tubarões não têm instinto assassino em relação a humanos, idéia difundida pelo mundo após a exibição do filme "Tubarão" (1975), de Steven Spielberg, grande sucesso de bilheteria.
"Definitivamente, "Tubarão" não é um filme realista", afirma o instrutor Rik Assid, acrescentando que no planeta, por ano, há de 50 a cem ataques de tubarões, número considerado pequeno.
"Por que os tubarões atacam os homens?", ele mesmo se questionou. "Primeiro, porque pensam que é outro animal marinho, por exemplo, uma foca. Segundo, para defender seu território. Como nós, eles não gostam que estranhos invadam sua casa. Terceiro, ele ataca quando há movimento na água, como batidas de pernas."
Na palestra, em inglês, o instrutor ainda fala dos tipos de reprodução dos tubarões, da preferência da maioria deles pela água quente ("Nela há mais peixes, mais comida") e da estrutura óssea e sensorial -o olfato é o sentido mais aguçado nesses animais.
Após a aula de quase uma hora, é o momento da ação. Em pequenos carros, a dupla de mergulhadores segue até os vestiários, nos quais recebe e veste roupa, botas e luvas de borracha, que manterão o corpo aquecido.
De lá, nova baldeação, agora para o destino final, onde recebem o que falta (máscara e tubos de oxigênio ou snorkel) e são levados até a gaiola, seu novo lar pelos próximos 30 a 40 minutos.
A cela se movimenta horizontalmente, e daí em diante tudo depende do entrosamento da dupla enjaulada para não haver esbarrões. Ao usar o snorkel, é preciso cuidado para não engolir água, o que pode causar mal-estar imediato. Ao afundar (a superfície serve apenas para ganhar fôlego), admire seus novos companheiros e sorria. Do outro lado do aquário, no restaurante Sharks Underwater Grill, recentemente inaugurado, turistas com certeza interromperão a refeição para bater fotos de sua jornada.
Por questões de segurança, para participar do Sharks Deep Dive Program e se confrontar com as feras, o turista deve ter ao menos dez anos. Um confronto, na verdade, entre aspas, pois um espesso vidro entre a jaula e os peixes impede um contato tátil com eles e permite uma visão mais nítida da paisagem submarina.
Por fim, recomenda-se aos míopes usar lentes de contato. Por razões óbvias, não se mergulha de óculos. Sem eles nem as lentes, os tubarões certamente não ficarão guardados na sua memória.


Busch Entertainment Corporation - Informações, tel. 0/xx/21/2227-4130, site www.4adventure.com (em inglês).

Luís Curro, editor-assistente de Esporte, viajou à Flórida a convite da Busch Entertainment Corporation e da American Airlines.


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