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DIVERSÃO ANIMAL
Enjaulados, turistas entram em tanque com mais de 50 desses animais para observá-los bem de perto
Sea World organiza mergulho com tubarões
LUÍS CURRO
ENVIADO ESPECIAL À FLÓRIDA
Dentro de uma pequena jaula,
por cerca de meia hora, a sensação de estar no meio do mar diante de dezenas de tubarões é o que
oferece o Sharks Deep Dive Program, a mais nova atração do Sea
World Orlando, um dos inúmeros parques temáticos existentes
no Estado da Flórida, sudeste dos
Estados Unidos.
A novidade custa US$ 150 se a
pessoa optar pelo mergulho com
garrafa de ar comprimido (nesse
caso, é necessário apresentar carteira de mergulhador) ou US$ 125
se ela quiser contar só com um
snorkel, sendo preciso prender a
respiração para atingir uma
maior profundidade.
Aparentemente, os preços são
altos. Entretanto os valores incluem dois dias de entrada no Sea
World (o preço nas bilheterias é
US$ 52,95 para adultos e US$
43,95 para crianças de 3 a 9 anos),
uma camiseta e um livro com informações sobre tubarões.
O Sea World recomenda reservas com antecedência para essa
atração, principalmente na alta
temporada (de maio a setembro e
no final de dezembro e início de
janeiro), já que no máximo 12
pessoas (uma dupla de cada vez)
visitam os tubarões por dia.
O motivo: não há tempo hábil
para mais gente, pois a atividade
dura quase duas horas. São seis
sessões diárias, com duas pessoas
"enjauladas" de cada vez.
Antes de encontrar os tubarões,
que dividem seu espaço com arraias e outros peixes menores, os
mergulhadores são encaminhados a uma área em que um instrutor dá uma aula sobre os animais.
Na explanação, o visitante fica
sabendo, entre outras coisas, que
o tanque em que vivem 53 tubarões de sete espécies tem 37 metros de comprimento, 18 metros
de largura e seis de altura.
Que esses peixes se alimentam
somente uma ou duas vezes por
semana, ingerindo, em média,
um total de 6,5 kg de peixes nesse
período -pouco se comparado,
por exemplo, com um golfinho,
que come 14 kg de peixes por dia.
E que, na maior parte das vezes,
os tubarões não têm instinto assassino em relação a humanos,
idéia difundida pelo mundo após
a exibição do filme "Tubarão"
(1975), de Steven Spielberg, grande sucesso de bilheteria.
"Definitivamente, "Tubarão"
não é um filme realista", afirma o
instrutor Rik Assid, acrescentando que no planeta, por ano, há de
50 a cem ataques de tubarões, número considerado pequeno.
"Por que os tubarões atacam os
homens?", ele mesmo se questionou. "Primeiro, porque pensam
que é outro animal marinho, por
exemplo, uma foca. Segundo, para defender seu território. Como
nós, eles não gostam que estranhos invadam sua casa. Terceiro,
ele ataca quando há movimento
na água, como batidas de pernas."
Na palestra, em inglês, o instrutor ainda fala dos tipos de reprodução dos tubarões, da preferência da maioria deles pela água
quente ("Nela há mais peixes,
mais comida") e da estrutura óssea e sensorial -o olfato é o sentido mais aguçado nesses animais.
Após a aula de quase uma hora,
é o momento da ação. Em pequenos carros, a dupla de mergulhadores segue até os vestiários, nos
quais recebe e veste roupa, botas e
luvas de borracha, que manterão
o corpo aquecido.
De lá, nova baldeação, agora para o destino final, onde recebem o
que falta (máscara e tubos de oxigênio ou snorkel) e são levados
até a gaiola, seu novo lar pelos
próximos 30 a 40 minutos.
A cela se movimenta horizontalmente, e daí em diante tudo depende do entrosamento da dupla
enjaulada para não haver esbarrões. Ao usar o snorkel, é preciso
cuidado para não engolir água, o
que pode causar mal-estar imediato. Ao afundar (a superfície
serve apenas para ganhar fôlego),
admire seus novos companheiros
e sorria. Do outro lado do aquário, no restaurante Sharks Underwater Grill, recentemente inaugurado, turistas com certeza interromperão a refeição para bater fotos de sua jornada.
Por questões de segurança, para
participar do Sharks Deep Dive
Program e se confrontar com as
feras, o turista deve ter ao menos
dez anos. Um confronto, na verdade, entre aspas, pois um espesso vidro entre a jaula e os peixes
impede um contato tátil com eles
e permite uma visão mais nítida
da paisagem submarina.
Por fim, recomenda-se aos míopes usar lentes de contato. Por razões óbvias, não se mergulha de
óculos. Sem eles nem as lentes, os
tubarões certamente não ficarão
guardados na sua memória.
Busch Entertainment Corporation -
Informações, tel. 0/xx/21/2227-4130, site www.4adventure.com (em inglês).
Luís Curro, editor-assistente de Esporte,
viajou à Flórida a convite da Busch Entertainment Corporation e da American
Airlines.
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