São Paulo, quinta-feira, 06 de agosto de 2009

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MIAMI 2 EM 1 E SoBe

Desfilar, flanar e observar pessoas é o esporte de SoBe

Pela art déco Ocean Drive, à beira-mar, circulam modeletes, carrões e até celebridades

DO ENVIADO ESPECIAL A MIAMI

Há cem anos, Miami Beach -que compreende a área sofisticada de South Beach, ou SoBe, ao sul-, não passava de uma plantação de cocos. Em 1910, o empreendedor John Collins, aconselhado pela fazendeira Julia DeForest Tuttle, cujas biografias chamam de "A Mãe de Miami", aterrou os mangues e fez a ponte ligando essa região insular ao continente.
Tuttle também convenceu outro empresário lendário, Henry Flager, a estender até Miami a sua ferrovia.
Na pista do sol e do mar, vieram turistas -e, para hospedá-los- hotéis foram construídos na orla por empreendedores como Carl Fisher, que, em 1913, usou dragas e criou a praia, fazendo Miami Beach literalmente nascer das areais.
Assim, com o turismo por vocação, a Flórida, ensolarada, logo passou a ser chamada de "The Sunny State". Nem o furacão de 1926 perturbou sua rotina de veraneio e, atraindo milionários, playboys e até gângsters, caso de Al Capone, que ali passou o verão de 1928, Miami Beach se firmou, já naquela época, como balneário de celebridades instantâneas.
Tudo ia de vento em popa para Miami Beach até que bolsa de Nova York quebrou, em 1929, gerando uma onda de decadência nos EUA.
O vento mudou novamente e, entre as décadas de 1930 e 1960, quando o estilo art déco estava no auge, a aglomeração urbana triplicou -e mais de 800 prédios foram construídos nas áreas próximas da praia.
No final dos anos 60, a região experimentou um novo revés que durou até a década seguinte, fazendo de Miami Beach um refúgio de inverno para aposentados norte-americanos.
Em 1976, a criação da Miami Design Preservation League (www.mdpl.org), trouxe novo alento à área de SoBe. Capitaneada por gente como Barbara Capitman, Tony Goldman e William Talbert 3º, teve início uma era de restaurações dos prédios, àquela altura já históricos. O tombamento veio há 30 anos, em 1979 e, com ele, Miami Beach -e mais particularmente South Beach/SoBe- se transformou em centro de moda, de arte e de fotografia nos anos 1980 e 1990.

Geografia art déco
Hoje revitalizada, South Beach virou o lugar em que ver e ser visto é quase um esporte -e os locais chamam essa modalidade de turismo de "people watching". Belas modelos -e outras nem tanto-, candidatos a celebridade e celebridades reais dividem o espaço da pequena avenida Ocean Drive, à beira-mar, com carrões de época, hoteizinhos art déco, bares com música (barulhenta) ao vivo e bons restaurantes neocubanos, caso do Bongo's (www.bongoscubancafe.com).
Paralela à Ocean Drive, a Collins é a grande avenida que leva o nome do pioneiro John Collins e cruza toda a região.
As ruas transversais são numeradas; a primeira se chama First, ao sul, e os confins de Miami Beach, ao norte, são marcados pela rua 192.
Paralela à Collins e mais afastada da orla, a avenida Washington é mais comercial.
Outro endereço do agito chique é a Lincoln Road, transversal à Collins. Parcialmente fechada para carros, é, na parte do calçadão que compreende oito quarteirões (o "pedestrian mall"), a via dos animados restaurantes ao ar livre, das galerias de arte, das butiques e lojas de grife. No outro extremo, diante do mar e na esquina da Lincoln Road com a avenida Collins, fica o Ritz-Carlton South Beach (www.ritzcarlton.com), resort cujo prédio projetado por Morris Lapidus, em 1953, foi restaurado e reabriu em 31 dezembro de 2003.
Uma das proprietárias desse resort com imensa piscina diante da praia, a colecionadora de arte e galerista argentina Diana Lowenstein (www.dlfinearts.com), reuniu dentro desse hotel clássico uma série de trabalhos de artistas latino-americanos e europeus que, apesar de ultracontemporâneos, estão em sintonia com a arquitetura moderna em que o hotel foi edificado. (SILVIO CIOFFI)


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