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MIAMI 2 EM 1 E SoBe
Desfilar, flanar e observar pessoas é o esporte de SoBe
Pela art déco Ocean Drive, à beira-mar, circulam modeletes, carrões e até celebridades
DO ENVIADO ESPECIAL A MIAMI
Há cem anos, Miami Beach
-que compreende a área sofisticada de South Beach, ou SoBe,
ao sul-, não passava de uma
plantação de cocos. Em 1910, o
empreendedor John Collins,
aconselhado pela fazendeira
Julia DeForest Tuttle, cujas
biografias chamam de "A Mãe
de Miami", aterrou os mangues
e fez a ponte ligando essa região
insular ao continente.
Tuttle também convenceu
outro empresário lendário,
Henry Flager, a estender até
Miami a sua ferrovia.
Na pista do sol e do mar, vieram turistas -e, para hospedá-los- hotéis foram construídos
na orla por empreendedores
como Carl Fisher, que, em 1913,
usou dragas e criou a praia, fazendo Miami Beach literalmente nascer das areais.
Assim, com o turismo por vocação, a Flórida, ensolarada, logo passou a ser chamada de
"The Sunny State". Nem o furacão de 1926 perturbou sua rotina de veraneio e, atraindo milionários, playboys e até gângsters, caso de Al Capone, que ali
passou o verão de 1928, Miami
Beach se firmou, já naquela
época, como balneário de celebridades instantâneas.
Tudo ia de vento em popa para Miami Beach até que bolsa
de Nova York quebrou, em
1929, gerando uma onda de decadência nos EUA.
O vento mudou novamente e,
entre as décadas de 1930 e
1960, quando o estilo art déco
estava no auge, a aglomeração
urbana triplicou -e mais de
800 prédios foram construídos
nas áreas próximas da praia.
No final dos anos 60, a região
experimentou um novo revés
que durou até a década seguinte, fazendo de Miami Beach um
refúgio de inverno para aposentados norte-americanos.
Em 1976, a criação da Miami
Design Preservation League
(www.mdpl.org), trouxe novo
alento à área de SoBe. Capitaneada por gente como Barbara
Capitman, Tony Goldman e
William Talbert 3º, teve início
uma era de restaurações dos
prédios, àquela altura já históricos. O tombamento veio há
30 anos, em 1979 e, com ele,
Miami Beach -e mais particularmente South Beach/SoBe-
se transformou em centro de
moda, de arte e de fotografia
nos anos 1980 e 1990.
Geografia art déco
Hoje revitalizada, South
Beach virou o lugar em que ver
e ser visto é quase um esporte
-e os locais chamam essa modalidade de turismo de "people
watching". Belas modelos -e
outras nem tanto-, candidatos
a celebridade e celebridades
reais dividem o espaço da pequena avenida Ocean Drive, à
beira-mar, com carrões de época, hoteizinhos art déco, bares
com música (barulhenta) ao vivo e bons restaurantes neocubanos, caso do Bongo's
(www.bongoscubancafe.com).
Paralela à Ocean Drive, a Collins é a grande avenida que leva o nome do pioneiro John
Collins e cruza toda a região.
As ruas transversais são numeradas; a primeira se chama
First, ao sul, e os confins de
Miami Beach, ao norte, são
marcados pela rua 192.
Paralela à Collins e mais
afastada da orla, a avenida
Washington é mais comercial.
Outro endereço do agito chique é a Lincoln Road, transversal à Collins.
Parcialmente fechada para carros, é, na parte do calçadão que
compreende oito quarteirões
(o "pedestrian mall"), a via dos
animados restaurantes ao ar livre, das galerias de arte, das butiques e lojas de grife. No outro
extremo, diante do mar e na esquina da Lincoln Road com a
avenida Collins, fica o Ritz-Carlton South Beach
(www.ritzcarlton.com), resort cujo prédio projetado por
Morris Lapidus, em 1953, foi
restaurado e reabriu em 31 dezembro de 2003.
Uma das proprietárias desse
resort com imensa piscina
diante da praia, a colecionadora de arte e galerista argentina
Diana Lowenstein (www.dlfinearts.com), reuniu dentro
desse hotel clássico uma série
de trabalhos de artistas latino-americanos e europeus que,
apesar de ultracontemporâneos, estão em sintonia com a
arquitetura moderna em que o
hotel foi edificado.
(SILVIO CIOFFI)
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