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PARÁ
História e igrejas pontuam passeio pelo centro antigo
Forte do Presépio, do século 17, a primeira edificação da cidade, abrigou os insurgentes da Cabanagem
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM
Conhecida como a cidade das
mangueiras pela profusão dessas árvores em suas praças e
ruas, Belém não se restringe ao
mercado Ver-o-Peso e aos projetos de revitalização.
A cidade velha, com suas fachadas de azulejos portugueses, igrejas e ruas estreitas, nasceu com a construção do forte
do Presépio, no século 17.
Primeira construção da cidade, o forte domina a entrada do
porto e também é conhecido
como forte do Castelo. Em seu
interior, o Museu do Encontro
exibe peças das culturas marajoara e tapajônica e da colonização portuguesa.
Durante a Cabanagem (1835-1840) o forte serviu de base para os revoltosos e ficou em ruínas ao fim da insurreição.
Ao lado do forte desce a rua
da Ladeira, a primeira da cidade, ligando a feira do Açaí ao
largo da Sé, onde fica a igreja da
Sé. Dali sai o cortejo anual do
Círio, levando a imagem de
Nossa de Senhora de Nazaré
até a basílica de Nazaré, local
venerado por abrigar a imagem
da virgem padroeira.
Com tantas igrejas, fica claro
que, ali, é profunda a religiosidade -e a procissão do Círio,
celebrada desde o fim do século
18, é a maior expressão da fé do
belenense. É uma das maiores e
mais tradicionais festas religiosas do Brasil, e uma das maiores festas cristãs do mundo. No
segundo sábado de outubro,
uma procissão fluvial deixa
Icoaraci, a 22 km de Belém, e é
seguida por romarias rodoviárias e até moto-romarias.
Na manhã de domingo, cerca
de 1 milhão de pessoas seguem
a imagem num percurso de 50
quilômetros até a basílica. Como pagamento de promessas,
os devotos seguram uma enorme corda durante o trajeto.
Ao fim das cerimônias, o prato oficial é o pato no tucupi. Um
detalhe é que, antes de 1854, o
Círio era realizado no fim de
tarde ou até mesmo à noite,
mas, com as seguidas e torrenciais chuvas vespertinas, a romaria passou a ser de manhã.
Outra igreja no coração da cidade velha que se destaca por
sua história é a das Mercês.
Construída em 1640, a igreja
serviu de refúgio aos cabanos
durante a revolta.
O Theatro da Paz pode não
ser tão famoso ou imponente
como o teatro Amazonas, em
Manaus, mas vale uma longa visita. Inaugurado em 1878, no
período áureo da exploração da
borracha na Amazônia, tem fachada neoclássica e interior
com pinturas inspiradas no
Scala de Milão.
(PEDRO CARRILHO)
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