São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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PARÁ

História e igrejas pontuam passeio pelo centro antigo

Forte do Presépio, do século 17, a primeira edificação da cidade, abrigou os insurgentes da Cabanagem

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BELÉM

Conhecida como a cidade das mangueiras pela profusão dessas árvores em suas praças e ruas, Belém não se restringe ao mercado Ver-o-Peso e aos projetos de revitalização.
A cidade velha, com suas fachadas de azulejos portugueses, igrejas e ruas estreitas, nasceu com a construção do forte do Presépio, no século 17.
Primeira construção da cidade, o forte domina a entrada do porto e também é conhecido como forte do Castelo. Em seu interior, o Museu do Encontro exibe peças das culturas marajoara e tapajônica e da colonização portuguesa.
Durante a Cabanagem (1835-1840) o forte serviu de base para os revoltosos e ficou em ruínas ao fim da insurreição.
Ao lado do forte desce a rua da Ladeira, a primeira da cidade, ligando a feira do Açaí ao largo da Sé, onde fica a igreja da Sé. Dali sai o cortejo anual do Círio, levando a imagem de Nossa de Senhora de Nazaré até a basílica de Nazaré, local venerado por abrigar a imagem da virgem padroeira.
Com tantas igrejas, fica claro que, ali, é profunda a religiosidade -e a procissão do Círio, celebrada desde o fim do século 18, é a maior expressão da fé do belenense. É uma das maiores e mais tradicionais festas religiosas do Brasil, e uma das maiores festas cristãs do mundo. No segundo sábado de outubro, uma procissão fluvial deixa Icoaraci, a 22 km de Belém, e é seguida por romarias rodoviárias e até moto-romarias.
Na manhã de domingo, cerca de 1 milhão de pessoas seguem a imagem num percurso de 50 quilômetros até a basílica. Como pagamento de promessas, os devotos seguram uma enorme corda durante o trajeto.
Ao fim das cerimônias, o prato oficial é o pato no tucupi. Um detalhe é que, antes de 1854, o Círio era realizado no fim de tarde ou até mesmo à noite, mas, com as seguidas e torrenciais chuvas vespertinas, a romaria passou a ser de manhã.
Outra igreja no coração da cidade velha que se destaca por sua história é a das Mercês. Construída em 1640, a igreja serviu de refúgio aos cabanos durante a revolta.
O Theatro da Paz pode não ser tão famoso ou imponente como o teatro Amazonas, em Manaus, mas vale uma longa visita. Inaugurado em 1878, no período áureo da exploração da borracha na Amazônia, tem fachada neoclássica e interior com pinturas inspiradas no Scala de Milão. (PEDRO CARRILHO)


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