SILVIO CIOFFI
Editor de Turismo

Com o desenvolvimento de sistemas criptografados de informática, nos quais é possível anotar o número do cartão de crédito com segurança, decola no país a venda de passagens aéreas via Internet.
Por meio dos sites das próprias companhias aéreas, ou de operadores virtuais, esse negócio milionário -que não é novo nos EUA- possibilitará, em breve, a chegada do e-ticket, que dispensa o bilhete e permite ao passageiro a escolha da tarifa, da comida e do assento, embarcando apenas com a exibição de um documento.
Pioneira no uso do e-commerce, ou comércio eletrônico, a norte-americana United Airlines quer faturar neste ano US$ 2 milhões no Brasil com passagens on line, disponíveis a partir de março. A cifra equivale a 1% do faturamento no país e é, para o diretor comercial da United, Plínio Fernandes, "bastante conservadora".
Nos planos da companhia, que fatura US$ 18 bilhões anuais e tem sede em Chicago, está, segundo o diretor-geral Laurence Hughes, a criação de uma nova empresa dedicada ao e-commerce.
Terceirizada com o lançamento de ações na Bolsa de Nova York, essa organização atenderá à Delta e à NorthWest, possibilitando ainda que o consumidor faça reservas de hotéis ou de carros.
Outra gigante do setor, a American Airlines, que tem sede em Dallas e também fatura US$ 18 bilhões anuais, vende nos EUA por meio da Internet US$ 600 milhões/ano -promovendo, às quartas, vendas com tarifas reduzidas. No Brasil, onde a American fatura US$ 310 milhões/ano, o diretor-geral Erli Rodrigues afirma que o e-ticket estará disponível em seis meses. E ressalta que "há muito modismo no setor, pois hoje poucos sites são interativos".

Brasileiras investem em sites
De olho nesse filão, a Varig -que fatura US$ 2,5 bilhões/ano- anunciou, na última quinta, aliança com a PSINet para formular aliança estratégica na Internet.
Além de apresentar a nova versão do site da companhia, no qual o usuário consulta o saldo e o extrato de milhagem do programa Smiles, a Varig quer ser líder no comércio eletrônico da América Latina. Fernando Pinto, presidente da empresa, disse na ocasião que "mais do que transportar passageiros, a empresa agora transporta informações".
Para Luiz da Gama Mór, diretor de Vendas e Marketing e pessoa-chave da Varig na área, "o perfil do internauta brasileiro é semelhante ao dos nossos clientes, o que nos indica que a prioridade é investir na Internet". A Varig vende bilhetes on line e os entrega ao usuário desde 1998. Segundo Mór, a empresa deve chegar ao E-ticket até o fim do ano.
Além das empresas aéreas, o internauta brasileiro também entra na onda das operadoras virtuais, como a Lokau.com e a Reserve, abertas na semana passada. Essas empresas se dizem orientadas para buscar ofertas e cobram apenas as despesas da remessa -ainda necessárias- de bilhetes.