São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2008

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VIAJAR E COMER

Veja como ir além do "chicken or meat" na refeição a bordo

A comida de avião é prejudicada pelas dificuldades logísticas, pelo ressecamento e pelo baixo orçamento

DA REPORTAGEM LOCAL

O carrinho desponta no corredor apertado do avião e logo a aeromoça pergunta: "Chicken or meat" (frango ou carne)? O serviço de bordo regular dos vôos internacionais em classe econômica oferece alternativas gastronômicas pobres, mas há muitas outros menus à disposição do passageiro.
A primeira saída é a refeição especial -chamada "special meal". Única opção para quem tem restrições alimentares, as refeições especiais também podem ser uma estratégia para escapar da comida padronizada.
Mas é preciso pedir o menu 24 horas antes da decolagem do vôo. Há a refeição vegetariana, a livre de glúten, a kasher (preparada segundo os preceitos judaicos) a muçulmana e a asiática, entre outras.
Para quem busca apenas escapar da encruzilhada "chicken or meat?", a refeição vegetariana costuma ser boa pedida. Apesar de sofrer as mesmas restrições técnicas que as refeições comuns, a vegetariana é mais leve e menos ressecada (características incontornáveis nos pratos de carne), por conta de os legumes terem mais água -e não passarem do ponto com a facilidade que um bife passa.
Veja como reservar essa comida especial à pág. F5 e, aventurando-se por uma das alternativas disponíveis, escapar da refeição convencional.

Por quê?
As refeições servidas em aviões são como são por dois fatores principais, segundo Andrew Scott Bushee, coordenador do curso de tecnologia em gastronomia do Centro Universitário Senac, em Águas de São Pedro (SP): a logística e o custo.
"O alimento é preparado muito antes e é aquecido por uma resistência elétrica encaixada sob cada bandeja", explica Bushee. Isso faz que o alimento tenha o gosto e a textura afetados. As limitações de orçamento, cada vez menor com a alta do petróleo que penaliza as empresas aéreas, prejudicam o processo, desde os ingredientes até os métodos de cocção. "E quanto mais alto o preço do combustível, menos boas refeições serão servidas", diz ele.
Assim como as narinas e os olhos, que ficam ressecados, a comida sofre com a falta de umidade na cabine. Isso danifica o alimento cru e explica porque as folhas de alface sobrevivem pouco. Como se não bastasse, o paladar é prejudicado também pelo ressecamento. Junte uma coisa a outra, e o resultado é a refeição sofrida. Para Bushee, a melhor solução "é levar um lanchinho."
A dica, seguida por alguns dos chefs consultados pela Folha, afina com a sugestão do endocrinologista Marcello Bronstein, professor da Faculdade de Medicina da USP, de seguir a dieta a que se está acostumado. "O ideal é não sair muito de seus hábitos alimentares".

Pão duro
Para fazer o lanche, prefira pães resistentes, com casca. Evite usar maionese, que pode ser substituída por patês ou mostarda. Queijos e frios servem de base, e podem vir acompanhados de picles, ervas frescas e brotos, como o de alfafa. (SC, HL, PPR, MDV)


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