São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2010

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Mansão de "louca" é espaço cultural

Casa da Dona Yayá, na Bela Vista, foi transformada em manicômio particular; espaço pertence à USP

DA REPORTAGEM LOCAL

"A casa da louca". Muitos chamavam por esse nome o imóvel na rua Major Diogo, 353, na Bela Vista (zona central de São Paulo). Isso porque morava ali uma senhora com problemas mentais, que, por ser herdeira única de uma família abastada, pode transformar a casa em um espécie de manicômio particular. Ela era Sebastiana de Mello Freire, conhecida como dona Yayá (www.usp.br/cpc/)-daí o nome mais correto Casa da Dona Yayá.
Sebastiana não tinha família -seus pais morreram quando ela era pequena, seu irmão foi dado como desaparecido e ela não teve filhos. Quando ela morreu, em 1961, a casa foi incorporada à USP como herança jacente -quando não há herdeiros-, que a restaurou.
Pesquisas na fundação levaram à tese de que o imóvel é a ampliação de uma edificação de tijolos do fim do século 19. É possível ver as etapas de edificação da casa e como doenças mentais eram tratadas.
Em alguns cômodos dá para notar diferentes pinturas. Na sala onde há espaço de reuniões, restauradores acharam desenhos florais nas paredes. Em outro cômodo, restauradores decidiram deixar aparente três épocas da casa, percebidas em camadas de tinta.
Um solário foi supostamente feito a mando de quem cuidava de dona Yayá e descaracteriza a casa, pois dá um ar de manicômio logo na entrada. Com paredes brancas e amplas janelas de vidro que não abrem, o solário era o espaço exterior aonde dona Yayá podia ir.
Hoje, em alguns cômodos, funciona o CPC (Centro de Preservação Cultural) da USP.
Para quem não conhece o espaço, a sugestão é aproveitar o programa "Domingo na Yayá". Além de entrar num típico casarão paulistano, é uma oportunidade de ouvir boa música. Nesse domingo, haverá apresentação de viola caipira. (LAS)


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