|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mansão de "louca" é espaço cultural
Casa da Dona Yayá, na Bela Vista, foi transformada em manicômio particular; espaço pertence à USP
DA REPORTAGEM LOCAL
"A casa da louca". Muitos
chamavam por esse nome o
imóvel na rua Major Diogo,
353, na Bela Vista (zona central
de São Paulo). Isso porque morava ali uma senhora com problemas mentais, que, por ser
herdeira única de uma família
abastada, pode transformar a
casa em um espécie de manicômio particular. Ela era Sebastiana de Mello Freire, conhecida como dona Yayá (www.usp.br/cpc/)-daí o nome mais
correto Casa da Dona Yayá.
Sebastiana não tinha família
-seus pais morreram quando
ela era pequena, seu irmão foi
dado como desaparecido e ela
não teve filhos. Quando ela
morreu, em 1961, a casa foi incorporada à USP como herança
jacente -quando não há herdeiros-, que a restaurou.
Pesquisas na fundação levaram à tese de que o imóvel é a
ampliação de uma edificação
de tijolos do fim do século 19. É
possível ver as etapas de edificação da casa e como doenças
mentais eram tratadas.
Em alguns cômodos dá para
notar diferentes pinturas. Na
sala onde há espaço de reuniões, restauradores acharam
desenhos florais nas paredes.
Em outro cômodo, restauradores decidiram deixar aparente
três épocas da casa, percebidas
em camadas de tinta.
Um solário foi supostamente
feito a mando de quem cuidava
de dona Yayá e descaracteriza a
casa, pois dá um ar de manicômio logo na entrada. Com paredes brancas e amplas janelas
de vidro que não abrem, o solário era o espaço exterior aonde
dona Yayá podia ir.
Hoje, em alguns cômodos,
funciona o CPC (Centro de
Preservação Cultural) da USP.
Para quem não conhece o espaço, a sugestão é aproveitar o
programa "Domingo na Yayá".
Além de entrar num típico casarão paulistano, é uma oportunidade de ouvir boa música.
Nesse domingo, haverá apresentação de viola caipira.
(LAS)
Texto Anterior: Imóvel modernista dá aula de arquitetura Próximo Texto: Sinta como viveu Guilherme de Almeida Índice
|