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FRESTA PARA TURISTA
Gaddafi tenta mostrar lado moderado
Antes isolada no cenário internacional, Líbia restabeleceu relações diplomáticas com os EUA em 2006
DA REDAÇÃO
O restabelecimento das relações diplomáticas entre a Líbia
e os EUA, no ano passado, foi
resultado de diversos esforços
por parte do ditador líbio
Muammar Gaddafi de reaproximar o país, muçulmano e situado no norte do continente
africano, do Ocidente.
Gaddafi causou surpresa em
2003 ao concordar em desativar seu programa de armas de
destruição em massa. No mesmo ano, a Líbia assumiu a responsabilidade pela explosão de
aviões sobre a Escócia e a Nigéria, em 1988 e 1989, e começou
a pagar pelos atos de violência.
Como resultado, as Nações
Unidas levantaram as sanções
econômicas contra o país, em
vigor desde 1992 e suspensas
desde 1999, quando Gaddafi
concordou em entregar dois
acusados pelo atentado na Escócia. Em 2004, o embargo comercial imposto pelos EUA em
1986 foi interrompido; naquele
ano, a Líbia indenizou as vítimas de atentado a uma discoteca de Berlim freqüentada por
militares americanos, em 1986.
Fresta
O panorama atual é bem diferente do da década de 80, quando Gaddafi, chamado de "cachorro louco do Oriente Médio" pelo presidente norte-americano Ronald Reagan, era
considerado pelos EUA uma
grande ameaça à segurança e
uma força maligna por trás do
terrorismo global. A Líbia foi
bombardeada pelos EUA em
1986, num ataque que deixou
37 mortos, incluindo uma filha
adotiva do ditador.
Coronel, Gaddafi comanda a
Líbia desde 1969, após liderar
um golpe militar contra a monarquia no país. Ele instaurou
um regime monopartidário de
orientação socialista e pan-arabista, expulsou militares estrangeiros e decretou a nacionalização de empresas e dos recursos petrolíferos do país.
Visando o que chamou de
"revolução cultural", Gaddafi
dedicou-se a remover traços de
influências e ideologias estrangeiras, como o capitalismo e o
comunismo, e a uma volta aos
princípios básicos do Islã.
Nos anos 70, engajou-se na
defesa da causa palestina e na
oposição ao Ocidente, incentivando atos terroristas.
Lista
Há 38 anos no comando da
Líbia, Gaddafi ficou em quarto
lugar em um ranking dos líderes vivos há mais tempo no poder da revista "The Economist". Ele ficou atrás de Fidel
Castro, ditador cubano, no poder de 1959 até julho de 2006,
quando se afastou e entregou o
comando da ilha ao irmão Raúl;
de Omar Bongo, que fará 40
anos como presidente do Gabão em dezembro; e do sultão
de Brunei, no poder há 39 anos.
Idiossincrático e conhecido
por declarações bombásticas, o
líder líbio atualmente demonstra um lado mais moderado.
Deixou de defender a destruição de Israel e, hoje, afirma que
a única solução para o conflito
israelo-palestino é um único
Estado para palestinos e israelenses. Outra bandeira de Gaddafi é a formação de uma confederação pan-africana nos moldes da União Européia.
Apesar das mudanças, é pouco provável que o próximo passo seja a promoção de reformas
políticas. Em março, ao participar de um talk-show com dois
pensadores ocidentais e um
jornalista britânico, o ditador
afirmou (sic) que o regime líbio
é superior à democracia representativa.
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