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BIORRITMO RIBEIRINHO
No século 19, barões da borracha trouxeram sinos de Portugal e cristais de Veneza para decoração
Traços estrangeiros delineiam Manaus
DO ENVIADO ESPECIAL AO AMAZONAS
Os viajantes têm à mão um valioso tour cultural revelado tanto
na forma fixa, vista nas construções em Manaus, com traços nitidamente importados, quanto na
forma móvel, por meio de objetos
nativos, que podem ser adquiridos em feiras livres.
No quesito fixo, a primeira parada e, sem dúvida, a atração histórica mais importante da cidade
é o teatro Amazonas, que foi financiado pelos barões da borracha e pelo governador Eduardo
Ribeiro, em 1896.
Além de ser a casa da Amazonas
Filarmônica, composta por uma
maioria de músicos do Leste Europeu, o teatro é palco de um tradicional festival de ópera.
A arquitetura do salão nobre é
barroca, e as colunas do pavimento térreo expõem figuras de dramaturgos e de compositores clássicos -Carlos Gomes, Ésquilo,
Aristófanes e Molière.
Há também telas pintadas em
Paris pela Casa Carpezot, tradicional no século 19, e um lustre
dourado com cristais de Veneza.
Outra parada histórica é a igreja
de Nossa Senhora da Conceição
(praça Oswaldo Cruz, s/nš), erguida em 1695 por missionários
carmelitas e reinaugurada em
1878. A construção é simples, de
estilo neoclássico, e comporta seis
sinos importados de Portugal.
Ainda na trilha cultural fixa, o
palácio Rio Negro, antiga residência do governador do Estado,
construído por um rico comerciante da borracha, é parada ideal
para quem gosta de arquitetura
clássica. Em seu interior, destacam-se os assoalhos de pau-amarelo e os móveis orientais.
Os amantes da náutica devem ir
ao porto de Manaus, cujo cais flutuante acompanha os fenômenos
de enchente e de vazante do rio
Negro, e os interessados em objetos de arte devem passar pela
Central de Artesanato Branco e
Silva (rua Recife, 1999), de terça a
sexta, das 9h às 18h. O local abriga
23 lojas, salas de exposições e floriculturas. Vende-se uma boa variedade de produtos amazônicos:
cestaria, tecelagem, entalhe e pintura, feitos com materiais regionais, como palhas de tucumã e tucum, tela de juta e cipó-titica.
Frutas exóticas, peixes, plantas
medicinais e objetos indígenas a
preços baixos são encontrados no
Mercado Municipal Adolpho Lisboa (rua dos Barés, 46). Em estilo
art noveau, ele é uma réplica do
extinto mercado Les Halles, de
Paris. Pacotes de ervas medicinais
de cem gramas são comercializados a preços que variam de R$ 2 a
R$ 5. Os produtos vão de ginseng
(para equilíbrio mental) a mirarneira (para combater a diabetes).
Vendem-se cabaças, maracás,
puias (copos típicos para mingau
e bebidas) e zarabatanas.
Se sobrar tempo, reserve espaço
na agenda para conhecer o complexo arquitetônico e o museu do
Porto (bulevar Vivaldo Lima),
que tem amplo acervo sobre a história da navegação no Amazonas.
Diversas agências de turismo
promovem passeios para o encontro das águas dos rios Negro e
Solimões, entre elas a Fontur (0/
xx/92/658-3052) e a Selvatour (0/
xx/92/622-2577). O site www.
manaustur.com.br tem uma lista
com todas as empresas.
(RR)
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