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Comportamento do imperador no exterior foi alvo de sátiras e críticas
DA REPORTAGEM LOCAL
As menções sobre a ida de d.
Pedro 2º à Irlanda, em 1877, publicadas no "Irish Times", não
destoam dos registros de outras viagens por estudiosos.
Neles, há o homem curioso, o
turista incansável e o imperador em busca da vida simples.
A primeira viagem data de
1871, quando foi à Europa e ao
Oriente Médio, deixando a
princesa Isabel, de 24 anos, como regente pela primeira vez.
Ao chegar a Lisboa, fixa o tom,
recusando mesuras e passando
dez dias num lazareto por conta de epidemias. Não deixou,
porém, de receber ali o rei e a
rainha de Portugal.
Esse comportamento suscitou alfinetadas de Eça de Queiroz, que, em "As Farpas" (1872),
ironizou a alternância das personas Pedro de Alcântara e d.
Pedro 2º. Para o autor, que o
chama de "Pedro da mala" -segundo "As Barbas do Imperador", de Lilia Moritz Schwarcz
(Companhia das Letras)-, ao
viajar, ele pedia para ser Pedro
de Alcântara. Mas, se "horários
(...) ou familiaridade de cidadãos o pretendiam tratar como
Pedro de Alcântara, passava a
mostrar que era Pedro 2º".
Já o artista luso Rafael Bordalo Pinheiro lançou a brochura "Apontamentos sobre a Picaresca Viagem do Imperador
do Rasilb", que teve trechos reproduzidos no livro de
Schwarcz, na qual o imperador
viaja visitando instituições e
despejando "papagaiadas".
D. Pedro 2º fez mais duas viagens. Foi ao Canadá e à Europa
em 1876 e 1877, na mesma viagem em que visitou a Irlanda; e
saiu do Brasil novamente em
1887. Com a Proclamação da
República (1888), a família real
foi banida do país. Morreu Pedro de Alcântara, doente e sem
dinheiro, no hotel Bedford, em
Paris, em 1891.
(MDV)
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