|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
UMA VIAGEM "PARTICULAR"
Em Dublin, primeira parada foi destilaria e, de lá, cervejaria
Antes mesmo de ir para o hotel, d. Pedro 2º foi à sede da Guinness, ainda hoje popular entre turistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O primeiro tour de d. Pedro
2º em Dublin foi motivado por
um dos produtos mais famosos
do país: a bebida. Ao chegar à cidade, o imperador driblou os
planos das autoridades locais e,
em vez de ir para seu hotel, foi
conhecer uma destilaria de uísque e a cervejaria Guinness,
ainda hoje uma das principais
atrações turísticas da cidade.
Avesso a cerimônias, o imperador chegou à destilaria da família Roe, na Thomas street,
numa visita "quase inesperada": enviou notícia de que passaria por ali, já no começo da
noite, com apenas uma hora de
antecedência. Segundo as reportagens da época, o adiantado da hora impediu que d. Pedro 2º pudesse ver a destilaria,
que em 1887 era a maior da Europa, em funcionamento.
O imperador, segundo o
"Irish Times", parecia bem versado no assunto, que debateu
em "bom inglês", e pareceu surpreso com o tamanho da destilaria e a produção anual, estimada em "2 milhões de galões".
A destilaria fundada por
George Rue juntou-se a outras
duas, Jameson e Dublin, em
uma unidade de vendas conhecida como Dublin Distilling
Company. Na década de 1940,
ela se dissolveu, e a destilaria
dos Roe deixou de funcionar. O
prédio foi anexado ao complexo da Guinness.
Para os interessados na história do uísque irlandês, a melhor opção é fazer um tour na
destilaria Old Jameson
(www.jamesonwhiskey.com), uma das parceiras da
destilaria Roe durante o auge
da produção da bebida na cidade. A destilaria tem visitas
guiadas por 12,50 (R$ 39,37).
Ali, o visitante conhece o funcionamento do local em 1780 e
ganha uma dose da bebida.
A segunda parada de d. Pedro
2º naquela noite foi na cervejaria Guinness (www.guinness.com), a maior da Irlanda nos
anos 1830 e a maior do mundo
no fim do século 19 e começo
do 20. Ali, o imperador pôde
ver a cervejaria em funcionamento, demonstrando interesse especial nos enormes tonéis
e equipamentos para a produção da bebida -chamada por
muitos de "vitamina G", até hoje é um dos produtos mais associados a Dublin e à Irlanda.
O tour pela cervejaria (www.guinness-storehouse.com),
popular entre turistas, custa
13,50 (R$ 42,52).
A escapada de d. Pedro 2º dos
planos das autoridades locais
fez com que ele não fosse, por
falta de tempo, ao Gaiety Theatre (www.gaietytheatre.com), ainda hoje em atividade.
O historiador José Murilo de
Carvalho diz não ter encontrado evidências de que o imperador gostasse de cerveja: "Acho
que ele foi atraído pela tecnologia", diz.
Ainda assim, o interesse de d.
Pedro 2º pela fabricação de bebidas em Dublin rendeu uma
alfinetada de um jornal do sul
do país, indignado pela brevidade da passagem da comitiva
real por Cork.
(MARINA DELLA VALLE)
Texto Anterior: Comportamento do imperador no exterior foi alvo de sátiras e críticas Próximo Texto: Cartas revelam relacionamento com condessa Índice
|