São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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UMA VIAGEM "PARTICULAR"

Em Dublin, primeira parada foi destilaria e, de lá, cervejaria

Antes mesmo de ir para o hotel, d. Pedro 2º foi à sede da Guinness, ainda hoje popular entre turistas

DA REPORTAGEM LOCAL


O primeiro tour de d. Pedro 2º em Dublin foi motivado por um dos produtos mais famosos do país: a bebida. Ao chegar à cidade, o imperador driblou os planos das autoridades locais e, em vez de ir para seu hotel, foi conhecer uma destilaria de uísque e a cervejaria Guinness, ainda hoje uma das principais atrações turísticas da cidade.
Avesso a cerimônias, o imperador chegou à destilaria da família Roe, na Thomas street, numa visita "quase inesperada": enviou notícia de que passaria por ali, já no começo da noite, com apenas uma hora de antecedência. Segundo as reportagens da época, o adiantado da hora impediu que d. Pedro 2º pudesse ver a destilaria, que em 1887 era a maior da Europa, em funcionamento.
O imperador, segundo o "Irish Times", parecia bem versado no assunto, que debateu em "bom inglês", e pareceu surpreso com o tamanho da destilaria e a produção anual, estimada em "2 milhões de galões".
A destilaria fundada por George Rue juntou-se a outras duas, Jameson e Dublin, em uma unidade de vendas conhecida como Dublin Distilling Company. Na década de 1940, ela se dissolveu, e a destilaria dos Roe deixou de funcionar. O prédio foi anexado ao complexo da Guinness.
Para os interessados na história do uísque irlandês, a melhor opção é fazer um tour na destilaria Old Jameson (www.jamesonwhiskey.com), uma das parceiras da destilaria Roe durante o auge da produção da bebida na cidade. A destilaria tem visitas guiadas por 12,50 (R$ 39,37).
Ali, o visitante conhece o funcionamento do local em 1780 e ganha uma dose da bebida.
A segunda parada de d. Pedro 2º naquela noite foi na cervejaria Guinness (www.guinness.com), a maior da Irlanda nos anos 1830 e a maior do mundo no fim do século 19 e começo do 20. Ali, o imperador pôde ver a cervejaria em funcionamento, demonstrando interesse especial nos enormes tonéis e equipamentos para a produção da bebida -chamada por muitos de "vitamina G", até hoje é um dos produtos mais associados a Dublin e à Irlanda.
O tour pela cervejaria (www.guinness-storehouse.com), popular entre turistas, custa 13,50 (R$ 42,52).
A escapada de d. Pedro 2º dos planos das autoridades locais fez com que ele não fosse, por falta de tempo, ao Gaiety Theatre (www.gaietytheatre.com), ainda hoje em atividade.
O historiador José Murilo de Carvalho diz não ter encontrado evidências de que o imperador gostasse de cerveja: "Acho que ele foi atraído pela tecnologia", diz.
Ainda assim, o interesse de d. Pedro 2º pela fabricação de bebidas em Dublin rendeu uma alfinetada de um jornal do sul do país, indignado pela brevidade da passagem da comitiva real por Cork. (MARINA DELLA VALLE)


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