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Cartas revelam relacionamento com condessa
DA REPORTAGEM LOCAL
O que d. Pedro 2º tem em comum com o rei inglês Henrique
8º (1491-1547) além do sangue
azul? Ambos foram enganados
por retratos "melhorados" das
noivas antes do casamento.
Segundo "D. Pedro 2º - Ser ou
não Ser", de José Murilo de
Carvalho, o imperador brasileiro foi se queixar a sua aia, Mariana, e ao mordomo, Paulo
Barbosa, de que havia sido ludibriado pelo retrato após ver Teresa Cristina ao vivo.
Henrique 8º -que rompeu
com a Igreja Católica ao se casar com a segunda de suas seis
mulheres, Ana Bolena- teria
se recusado a consumar o casamento com Ana de Cleves, que
foi anulado meses depois.
D. Pedro 2º veio a estimar a
imperatriz, que era quatro anos
mais velha, manca, sem grandes atrativos físicos ou brilho
cultural. Mas foi na preceptora
de suas filhas, Isabel e Leopoldina, que encontrou o amor de
uma vida toda. A condessa de
Barral, mais tarde também de
Pedra Branca, conquistou d.
Pedro 2º sobretudo por sua vivacidade e inteligência.
Anos mais tarde, vivendo na
Europa, ela fez parte da comitiva real durante vários trechos
das viagens do imperador ao
exterior. Nessas ocasiões, a
condessa ajudava a planejar o
itinerário e a agendar encontros de d. Pedro 2º com grandes
nomes das artes e das ciências.
O imperador e a condessa
trocaram cartas até 1890, um
ano antes da morte dela. A extensão do relacionamento foi
revelada quando centenas de
cartas de d. Pedro 2º a Barral
vieram à tona nos anos 1940.
Outras trezentas foram trazidas ao Brasil pelo bibliófilo José Mindlin nos anos 1970.
(MDV)
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