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Butão quer frear aumento do número de turistas
Vizinho da Índia que conserva cultura milenar até hoje tenta resistir à globalização e aos mochileiros
DA REUTERS
No íntimo santuário de um
velho forte branco, dúzias de
monges vestidos com capas
vermelhas rezam sob a luz de
um lampião enquanto o incenso queima. Um punhado de turistas se mistura a eles.
Com uma voz rouca profunda, os monges mais velhos recitavam as antigas escrituras budistas. O reino himalaia de Butão vende-se como um destino
turístico de "alto valor e baixo
volume" excluindo conscientemente mochileiros como os
que vão à vizinha Índia.
A intenção é atrair visitantes
que gastem ao menos US$ 200
por dia na alta temporada. Estrelas de Hollywood, como
Uma Thurman e Cameron
Diaz, freqüentam os hotéis-butique de Butão, mas são grupos
de americanos mais velhos que
os visitantes costumam encontrar por ali.
O país, que até 1999 não aceitava turistas, corre o perigo de
se tornar vítima de seu próprio
sucesso. "Devemos dar uma pequena freada nesse crescimento", afirma Thuji Dorji Nadik,
diretor adjunto no Departamento de Turismo.
A última Shangri-La
Espremido entre a Índia e o
Tibete, o Butão é anunciado
nas revistas de turismo como
"A Última Shangri-La", o paraíso místico do livro "Horizonte
Perdido", de James Hilton. E
ele, de fato, conserva o clima do
mundo medieval do budismo.
O Butão começou de forma
bastante lenta a sua modernização e abertura para o mundo.
Para ter uma idéia de a quantas
andou o desenvolvimento por
lá, o primeiro carro chegou em
1961 e o primeiro canal de televisão foi inaugurado em 1999.
Hoje, Shakira domina as danceterias da capital Thimpu.
Mudanças ainda mais drásticas estão no horizonte enquanto o país planeja suas primeiras
eleições democráticas, que devem acontecer no ano que vem.
Em 2006, mais de 17 mil turistas foram para a também chamada de "Terra do Dragão Trovejante". O número representa
um salto de 27% sobre o ano
anterior e aproximadamente
três vezes a quantidade de pessoas que foi ao país em 2003.
Sem contar os 40 mil indianos,
que não precisam de visto.
A maior parte dos turistas vai
até os monastérios e aos fortes
e mosteiros budistas que dominam todo o distrito à espera dos
exóticos festivais religiosos que
duram dias durante a primavera e o outono. Outro roteiro é a
viagem ao alto do Himalaia, para ver os 7.314 metros do
Mount Chomolhari.
Os butaneses acreditam que
os cumes são uma espécie de
casas dos deuses e se orgulham
em ter a montanha ainda não
escalada mais alta do mundo.
Trata-se da Gangkar Puensum,
com 7.570 metros.
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