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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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Giuliano Bossi, do Costa Atlantica, quer trazer a embarcação para o país no verão 2004/2005

Capitão italiano é apaixonado pelo Brasil

DO ENVIADO ESPECIAL AO MEDITERRÂNEO

"O futuro é desses enormes gigantes, e eu espero voltar ao Brasil na temporada 2004/2005 no comando do Costa Atlantica", diz Giuliano Bossi.
Meganavio de 85,6 mil toneladas, 292,5 metros e 1.057 cabines, o Costa Atlantica é duas, três ou até quatro vezes maior do que os grandes transatlânticos que estão chegando ao Brasil para a temporada 2003/2004.
Italiano da Ligúria, Bossi nasceu nos arredores de Cinque Terre e estudou navegação na cidade de La Spezia. Há 25 anos comandando transatlânticos da Costa Cruzeiros, fez 18 vezes a volta ao mundo e veio ao Brasil nos últimos quatro anos consecutivos. Leia a seguir trechos da entrevista concedida -em bom português- pelo capitão Bossi, enquanto o Costa Atlantica navegava entre Bari, no sul da Itália, e Katakolon, na Grécia. (SC)

 

BRASIL - "Nesta temporada que começa agora eu comando o Costa Mediterranea -e não vou para o Brasil. Mas, como disse o poeta Vinícius de Moraes, "a vida é a arte do encontro", e eu logo volto, quem sabe levando este Costa Atlantica na temporada 2004/2005?"

RIO E VENEZA - "Tenho duas cidades preferidas, Veneza e Rio de Janeiro. Veneza tem valor histórico incomparável; já o Rio é impressionante como cenário e beleza natural, não existe nada igual. Quando chego lá, passo pertinho, a 100 m, do Pão de Açúcar e me aproximo bastante de Copacabana. No Réveillon do ano 2000, eu estava no comando do Costa Allegra e vi os fogos de artifício na praia, acompanhado da minha família. Foi inesquecível."

EXPERIÊNCIA - "Como capitão, comecei a ir ao Brasil em 1970, no Andrea C. Fui até para Manaus, depois voltei com o Enrico C, com o Federico C, com o Eugenio C, com o Costa Allegra e com o Costa Classica -e espero voltar com o Costa Atlantica! Tenho uma simpatia particular pelo seu país, sou apaixonado mesmo. Conheço Parintins [AM], o Rio Grande do Sul, a Bahia de Jorge Amado."

GIGANTES - "Exceto o Costa Europa e o Costa Tropicale, comandei todos os navios da Costa Cruzeiros. Os novos navios são altos, construídos com tecnologia de ponta, a popa tem um sistema com dois motores fora de bordo que viram 360, ajudando as manobras. Construído na Finlândia em 2000, o Costa Atlantica tem quatro piscinas e um design interno assinado por Farkus."

NAVEGAÇÃO É PRECISA - "Os usos e costumes são leis no mar e, assim, fazemos sempre a navegação tradicional. O GPS -temos quatro ou cinco a bordo- são instrumentos de precisão válidos, mas servem para confirmar aquilo que fazemos. Esses novos navios gigantes oferecem muito, são práticos, nem parece que levam quase 3.000 passageiros. A urbanística deles é tal que você nunca vê grandes aglomerações a bordo, há ambientes para todos, vive-se mais e melhor nesses transatlânticos. Além disso, o custo de manter navios menores é, proporcionalmente, maior."



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