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ROTEIRO
Whitby frustra leitores do romance
Reino Unido tem o
seu 'roteiro Drácula'
da Reportagem Local
Mais do que a própria Romênia,
onde é passado um quarto da história, o "Drácula" de Stoker tem
no Reino Unido seu principal palco -e o mais acessível para os turistas comuns.
Há uma série de passeios para o
fã do vampiro no país, boa parte
sugerida no livro "Em busca de
Drácula e outros vampiros", escrito por Raymond T. McNally e Radu Florescu.
Comece seu roteiro pela capital
do país, Londres, porta de entrada
de quase todos os que entram no
Reino Unido.
Fica no coração físico (e turístico) da cidade um dos principais locais citados por Stoker: o esconderijo número 1 de Drácula. Após ter
seus caixões com terra natal destruídos, o vampiro vai para a casa
do número 138 de Piccadilly.
Há cem anos, o local já era descrito como movimentado. Hoje,
fica exatamente ao lado do Hard
Rock Cafe londrino.
É apenas uma porta de um escritório comercial desativado, mas
vale lembrar que lá Drácula foi atacado fisicamente pelos caça-vampiros do livro e pegou o dinheiro
para fugir de volta para a Romênia.
No mais, a atual frequência do
local daria um bom cardápio para
o vampirão. Do lado do metrô
Green Park.
Cemitério
Há também o cemitério de Highgate. Mais famoso por ter gente como Karl Marx enterrada lá, o lugar
foi palco das andanças noturnas da
donzela Lucy -quando já não era
tão donzela, e sim uma vampira de
"lábios voluptuosos".
Como outros ícones da era vitoriana, Highgate é carregado, úmido e meio aterrador. Cuidado com
os góticos -há alguns anos, corria
a lenda de que alguns fãs do Sisters
of Mercy queriam brincar de Lucy
com turistas. Metrô Archway.
Para os fãs da Lucy vampira, o
famoso subúrbio arborizado de
Hampstead ainda conserva o clima de um século atrás.
Lá, ela deixava marcas, que a polícia acreditava ser de "um cão pequeno", na garganta de crianças.
Chega-se por meio da famigerada
linha preta (Northern) do metrô.
Whitby
Um passeio indiscutivelmente
"draculiano" no Reino Unido é ir
para Whitby. Na distante North
Yorkshire, mais de três horas de
trem a partir de Londres, a cidade
explora como ninguém o comércio de Drácula.
Foi lá que o Demeter, uma escuna russa no romance, aportou
com sua tripulação sumida, o capitão morto e amarrado junto ao
leme, 50 caixões de "terra experimental" e um suspeitíssimo cão
que fugiu quando o navio bateu
desgovernado na costa.
Logo na saída da estação de trem
é possível encontrar um Tourist
Office, onde abundam mapas com
"roteiros Drácula". Os principais
pontos são o West Cliff e o East
Cliff, de onde é possível ver parte
dos "Dracula highlights" -como
uma mal-humorada guia alugável
por 10 libras avisa.
De forma geral, o excesso de
merchandising irrita um pouco.
Perde-se o encanto de ver como
Stoker descreveu fielmente inscrições nos túmulos da igreja de St.
Mary. As lápides, junto a uma descida de colina com direção ao mar,
lembram as que aparecem no
"Nosferatu" original de 1922.
O caminho feito por Lucy (sempre ela), sonâmbula até ver os
olhos de Drácula vermelhos contra os vitrais da igreja de St. Mary,
está descrito em um dos folhetos.
Há também o famoso banco favorito de Lucy na igreja, onde Drácula a atacou suavemente pela primeira vez em solo britânico.
Para quem não resiste a um suvenir, há diversas lojinhas com badulaques ligados ao vampiro. A
Dracula Experience tem até réplicas dos personagens.
De forma geral, não vale a pena
sair de Londres para conhecer
Whitby, a menos que a curiosidade seja grande. A viagem é desconfortável, e a cidade não tem vida
noturna (turística, pelo menos).
Irlanda e Escócia
O pesquisador e "draculófilo"
Raymond McNally sugere uma ida
à República da Irlanda.
Na capital Dublin, é possível conhecer a casa onde o escritor irlandês nasceu, no The Crescent, número 15. O cemitério Clontarf,
próximo, é um dos exemplos de
lugar lúgubre que influenciou o
"visual" do livro.
Na Escócia, porém, é possível
encontrar as ruínas do castelo
Slains na Cruden Bay. É um dos
modelos do castelo do conde no livro. Para maior fidelidade, é possível ficar hospedado no mesmo Kilmarnock Inn, onde o escritor começou a trabalhar no romance.
(IGOR GIELOW)
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