São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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PACÍFICO NOROESTE

Bairro chinês e mercado espelham diversidade

Cidade multirracial reúne colônias de imigrantes vindos de origens tão distantes como China e Irlanda

DO ENVIADO ESPECIAL A VANCOUVER

Britânicos, irlandeses, chineses, italianos, gregos, indianos, japoneses: na babel populacional que forma a Vancouver contemporânea, há imigrantes de inúmeras origens. O bairro chinês é o maior do gênero no Canadá -e o segundo na América do Norte, menor apenas do que o Chinatown de San Francisco, na Califórnia.
Em Vancouver, desde 1986, há até um jardim típico, inspirado em um modelo da dinastia Ming e batizado em homenagem a Sun Yat-sen (1866-1925), mentor intelectual do ideário republicano chinês, que fica perto da Central Station, no número 578 da Carrat street.
Embora muitas pessoas tenham ido em 1999, quando Hong Kong passou a ser controlada pela República Popular da China, muitos dos sino-descendentes de Vancouver descendem de imigrantes que, já nos anos 1850, foram em massa à região da Colúmbia Britânica para escavar ouro e construir ferrovias. Apesar da importância de seu trabalho, a comunidade chinesa sofreu com severas leis discriminatórias.
Atualmente, estima-se que 17% dos 2,2 milhões de habitantes da região metropolitana de Vancouver tenham a etnia chinesa. Turística, a Chinatown se estende Carrall Street a Gore Street.
Tombado em 1970, o vibrante bairro chinês tem, sobretudo na Pender street, prédios, lojas, restaurantes e doçarias típicos.

Etnias e o mercado
Já os originárias do sul da Ásia vivem em torno do Punjabi Market. Há localidades apelidadas de Japantown, Greektown, Little Italy e Little India, atestando que, para Vancouver, afluíram imigrantes de todas as partes do mundo.
O resultado palpável desse caldeirão de etnias pode ser atestado no mercado público de Granville Island e nos diversos restaurantes de cidade. Em Granville Island, no número 1.398 da Cartwright street, o mercado público tem pescados, como o salmão fresco e defumado, caranguejos e lagostas enormes do Pacífico, além de uma variedade de frutas e legumes, chás orientais e britânicos e até marionetes e brinquedos artesanais.
Granville Island cresceu depois da destruição de Vancouver por um incêncio, em 1886. Muitos se mudaram para lá. O bairro, que era reduto de serrarias e galpões, se transformou num local que, hoje, recebe 12 milhões de visitantes por ano.
Reúne lojas hippies, peixarias independentes, lojas de mergulho subaquático e pequenas galerias de brinquedos artesanais, companhias de teatro e dança, além de ser sede do Emily Carr Institute of Art + Design (www.ecuad.ca), instituto de arte inspirada na pintora e escritora canadense que voltou sua obra aos povos indígenas que habitavam a costa noroeste do Pacífico.
No verão, a loja Rowands Scuba Diving (www.rouandsreef.com), no número 1.512 da Duranleau street, vende material e ministra cursos de mergulho credenciados pela Padi. Ao lado do mercado, no 1.807 da Mast Tower Road, a peixaria The Lobster Man (www.lobs ter man.com) tem uma inimaginável seleção de crustáceos e moluscos expostos em tanques. Para as crianças, a sugestão é a loja Kites & Puppets, no 1.496 da Cartwright street (www.kitsandpuppets.ca), onde há artigos como bonecos, pipas e marionetes.

Comer, beber, ver
Almoçar ali perto, ou mesmo dentro do mercado, é, na certa, comer bem e gastar pouco. À beira da água, com uma bela vista de False Creek Shore, da ponte art déco Burrard e de seus barcos de passeio, mesmo em alguns balcões que servem comida dentro do mercado, o bairro vale uma visita. Do lado de fora do mercado, um destaque é o The Keg Steakhouse & Bar (www.kegsteakhouse.com), que fica no número 1.499 da Anderson street. Serve bifes imensos, caso do sirloin steak, e há combinações simpáticas: para quem quiser algo mais light, há uma sopa de cebola e salada com queijo goat (5,95 dólares canadenses), ou um coquetel de camarão (9,95 dólares canadenses); já quem tem fome de substância, pode escolher o prato com o bife prime rib e garras de king crab (31,95 dólares canadenses). A sombremesa apple crumble se revela uma saborosa torta crocante (5,95 dólares canadenses); já o café, muito ralo ( 2,75 dólares canadenses), é de amargar. (SILVIO CIOFFI)

PETISCOS
Do alto para baixo, restaurante com vista para o mar dentro do mercado de Granville; banca vende camarões e vermelhos e seleção de variedades de abóbora à venda no interior do prédio


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