São Paulo, quinta-feira, 13 de setembro de 2007

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ÁFRICA DO SUL

Comida oscila entre ser familiar e exótica

Heranças holandesa, indiana e malaia e ingredientes selvagens respondem por fator desconhecido à mesa

DA ENVIADA ESPECIAL

Ao chegar à África do Sul, um brasileiro identifica, de imediato, algumas semelhanças com o Brasil -a influência negra é responsável por grande parte desse sentimento de familiaridade. E, por outro lado, o visitante vindo do Brasil saca rapidamente as diferenças -os legados holandês e asiático temperam a viagem com toques de estranhamento.
Ao sentar à mesa sul-africana, soma-se ao time das diferenças a oferta de ingredientes locais, como as carnes de antílopes. Uma refeição sul-africana alterna momentos de familiaridade e curiosidade.
Paira no ar um tempero selvagem. Se no mundo come-se truta defumada, na África do Sul come-se snoek -tubarãozinho- defumado. Se no mundo a carne de caça é associada a coelho, na África do Sul, carne de caça pode ser um filé de warthog -o porco selvagem Pumba, de "O Rei Leão".
Nesse vasto cardápio de influências, é possível elencar um "big five" da culinária sul-africana. No vocabulário do safári, os cinco grandes -leão, leopardo, elefante, rinoceronte e búfalo- são os animais que todos querem ver, os mais bravos, os maiores, os bambambãs.
Na cozinha, são eles: o "bobotie", o "braai", o "bunnychow", o "boerwoers" e o "oxtail", equivalente à nossa rabada.
O "braai" e o "boerwoers" são de influência holandesa, o "bunnychow" é herança da presença indiana na costa leste do país, voltada para o Índico, o "bobotie" é da culinária cape malay, onde reinam os temperos malaios, que chegaram à África do Sul com os escravos trazidos da Indonésia, e o "oxtail", a rabada, remonta à culinária local mesmo, a negra.
A mesa de influência negra lembra a do dia-a-dia do brasileiro: dobradinha, arroz, milho cozido, espinafre refogadinho, rabada. Para beber, sucos locais, com destaque para o da marula -a fruta que dá origem ao licor Amarula- e o de lichia.
Como rabada é familiar, nesta e na próxima página estão descritos os outros quatro grandes. (HELOISA LUPINACCI)


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