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Povos que antecederam incas desenvolveram técnicas de irrigação; presença humana data de 7.500 a.C.
Templos traduzem habilidade de andinos
DO ENVIADO ESPECIAL AO PERU
Antes dos incas, outros povos
se aventuraram pela região dos
Andes. A peregrinação começou
muito antes de Cristo. Os primeiros homens vieram da Ásia, via
estreito de Bering, no período glaciário. Restos de animais esquartejados encontrados nas Américas datam de 9.000 a.C., podendo
chegar a até 30 mil a.C.
No Peru, algumas cavernas exploradas nas regiões montanhosas do país revelaram vestígios da
presença humana em 7.500 a.C.
Pioneiros
Historiadores consideram que
as primeiras civilizações nos Andes surgiram após a Era Cristã,
com os mochicas e os nascas.
Os dois povos desenvolveram
organizações sociais nas montanhas. Exemplo disso são os registros de canalizações feitas entre
100 d.C. e 800 d.C.
Usando a água do degelo que
escorria da montanha, os mochicas e os nascas irrigavam plantações de milho e de coca. Eles construíram estradas que permaneceram ativas até o período inca. As
lhamas eram o principal meio de
transporte. Já naquela época, a infra-estrutura era desenvolvida
através da cobrança de impostos.
Sem uma explicação cientificamente comprovada, o fato é que
as duas civilizações desapareceram. Para alguns historiadores, a
causa estaria relacionada ao fenômeno El Niño. As inundações teriam reduzido a pesca e destruído
plantações, obrigando o deslocamento das comunidades. Para
onde? Ninguém sabe.
Sucessores
Enquanto mochicas e nascas
abandonavam a região, outras
duas civilizações surgiam nos Andes. Entre os anos 500 e 1000, os tiwanalu e os wari construíram novas cidades de pedras e criaram
uma espécie de correios, um sistema de comunicação via mensageiros por toda a cordilheira.
Eles dominavam o plantio de algodão e já sabiam da utilidade dele para a fabricação de roupas. Para o desaparecimento das civilizações dos tiwanalu e dos wari, os
historiadores apontam como hipótese mais provável um período
de seca, que poderia ter inviabilizado a agricultura e acabado com
todo estoque necessário de água
para consumo.
Concorrência
Quando os incas chegaram aos
Andes, entre 1000 d.C. e 1470 d.C.,
se depararam com os chimús,
também recém-chegados. Como
os incas, eles queriam ter o domínio da região oeste da América do
Sul. Em princípio, se apresentavam mais organizados: mantinham um sistema de irrigação eficiente e contavam com hábeis artesãos. Mas não foi suficiente. Os
incas se impuseram com o plantio
na região central da cordilheira.
Acuados territorialmente, os
chimús acabaram surpreendidos
pelo Exército inca, que dominou
um importante centro e interrompeu o sistema de água. A cidade foi saqueada, e os incas convenceram os principais artesãos a
trocar de lado. Práticas chimús foram absorvidas na cultura inca.
Conquista
Por volta de 1550, uma guerra
civil pela disputa do poder fragilizou o império inca. Coincidentemente, os espanhóis estavam chegando à região. Bastou ao conquistador espanhol Pizarro liquidar um grupo que almejava o império em uma batalha, em 1553,
para que fosse elevado à condição
de "enviado dos deuses" pelo grupo opositor. Com status de "salvador", Pizarro cumpriu com facilidade a missão de dominar a região. Sem cerimônia, ordenou o
saqueamento de diversas cidades.
Felizmente, restaram templos e
monumentos que traduzem a habilidade dos incas.
(FABIO MARRA)
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