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Artesanato é colorido; moeda local vale quase R$ 1
Vendedor faz escolta cerrada em mercado
DO ENVIADO ESPECIAL AO PERU
"Amigo! Faça o seu preço." A
marcação dos vendedores de artesanato peruanos é cerrada. Basta colocar o pé na rua, e cargas de
roupas, de utensílios e de bijuterias são ofertadas por várias pessoas e ao mesmo tempo. A confusão colorida é divertida.
Solícitos, quase sempre os vendedores que ganham a batalha no
leilão acabam acompanhando o
comprador no passeio. O artesanato peruano é uma mistura de
cores vivas e de técnicas apuradas.
Vende-se de tudo: bolsas, toalhas, chapéus, cintos, blusas,
amuletos, quadros, pinturas, esculturas em pedra e madeira. Na
verdade, o que se procura se acha.
O pagamento pode ser feito em
sol novo, a moeda local, ou em
dólares americanos, com a cotação de cerca de três por um (cada
US$ 1 vale em torno de três sóis
novos).
Desde o tempo dos incas, os objetos culturais e de adorno peruanos eram concebidos muito mais
pela utilidade funcional do que
pela estética. Habilidosos, eles
transformam tecidos multicoloridos em mantas, cobertas ou toalhas, diferenciadas por sutilezas
regionais de técnica de produção.
A cerâmica é usada quase sempre para representar as figuras
mágicas e os deuses cultuados nas
cerimônias religiosas.
As cores verde e rosa, características dos povos andinos, são aplicadas preponderantemente sobre
fundo creme, tonalidade inserida
no artesanato com a aceitação e a
difusão da influência hispânica.
Desenhos geométricos, inspirados na cultura inca, são produzidos em larga escala para o mercado turístico.
Encontram-se facilmente correntes de prata e pedras coloridas.
A prata e o ouro não tinham valor
comercial para os incas, mas,
também pela influência da cultura hispânica, tiveram o valor mercadológico estabelecido no período colonial.
O artesanato peruano embute
técnicas hispânicas, inspiradas
em costumes europeus.
No norte do país, na região
amazônica (leia mais na pág. F9),
as comunidades nativas também
manifestam suas culturas por
meio do artesanato.
Ao longo do rio Amazonas, colares, brincos e cocares, além de
peças em cerâmicas, caprichosamente pintadas por índias, são
vendidos em pequenas aldeias.
Os índios, que não participam
da produção artesanal, apenas
observam e cuidam do dinheiro
obtido com as vendas. Cabe a eles
o trabalho da caça e da pesca para
o sustento da aldeia.
(FABIO MARRA)
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