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Beleza de peça se revela aos poucos
DA ENVIADA ESPECIAL
Tornos vindos da Coréia; termos, do Japão. Essa é a cara da cerâmica raku, queimada a 1.350C
nos fornos noborigama. Câmaras
desse tipo funcionam em poucos
ateliês -como em Cunha e Cotia
(SP)-, pois até as construções japonesas estão desativadas por
conta do alto consumo de lenha.
Os objetos ganham camadas de
esmalte, que muda de cor durante
a queima. "As peças têm "shiboi",
que em japonês quer dizer uma
beleza que se revela aos poucos,
que é descoberta por partes", diz
Gilberto Jardineiro, que foi para
Cunha em 1984, depois de voltar
do Japão com a também ceramista Kimiko Suenaga.
Mieko Ukeseki e Mário Konishi
são os donos do ateliê mais silencioso, que expõe as peças mais sofisticadas. Com menos chaleiras e
mais esculturas à vista, a ida a esse
ateliê é obrigatória. Ukeseki é integrante do grupo pioneiro, ao lado de Cidraes (leia ao lado).
Outro ateliê obrigatório é o de
Sandra Bernardini, no caminho
para a reserva do Parque Estadual
da Serra do Mar. Ela é a única que
convida o público para ver a queima das peças, e não a abertura do
forno. Na ocasião, vêem-se as peças incandescentes por buracos
feitos nas câmaras.
Urbanos
Nem tudo veio da Ásia na cerâmica de Cunha. Há também os
chamados ceramistas urbanos,
originários de cidades grandes,
como São Paulo ou Rio. Normalmente, eles usam fornos a gás.
Com resultados bem diferentes
da cerâmica raku, essas peças colaboram para a diversidade da
oferta local. Assim, quem não
gostar dos esmaltes brilhantes de
Augusto Campos e Leí Galvão ou
dos traços nipônicos de Gilberto
Jardineiro encontra desenhos indígenas ou em cores pastéis no
ateliê Arnand (veja acima).
(HL)
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