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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

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Beleza de peça se revela aos poucos

DA ENVIADA ESPECIAL

Tornos vindos da Coréia; termos, do Japão. Essa é a cara da cerâmica raku, queimada a 1.350C nos fornos noborigama. Câmaras desse tipo funcionam em poucos ateliês -como em Cunha e Cotia (SP)-, pois até as construções japonesas estão desativadas por conta do alto consumo de lenha.
Os objetos ganham camadas de esmalte, que muda de cor durante a queima. "As peças têm "shiboi", que em japonês quer dizer uma beleza que se revela aos poucos, que é descoberta por partes", diz Gilberto Jardineiro, que foi para Cunha em 1984, depois de voltar do Japão com a também ceramista Kimiko Suenaga.
Mieko Ukeseki e Mário Konishi são os donos do ateliê mais silencioso, que expõe as peças mais sofisticadas. Com menos chaleiras e mais esculturas à vista, a ida a esse ateliê é obrigatória. Ukeseki é integrante do grupo pioneiro, ao lado de Cidraes (leia ao lado).
Outro ateliê obrigatório é o de Sandra Bernardini, no caminho para a reserva do Parque Estadual da Serra do Mar. Ela é a única que convida o público para ver a queima das peças, e não a abertura do forno. Na ocasião, vêem-se as peças incandescentes por buracos feitos nas câmaras.

Urbanos
Nem tudo veio da Ásia na cerâmica de Cunha. Há também os chamados ceramistas urbanos, originários de cidades grandes, como São Paulo ou Rio. Normalmente, eles usam fornos a gás. Com resultados bem diferentes da cerâmica raku, essas peças colaboram para a diversidade da oferta local. Assim, quem não gostar dos esmaltes brilhantes de Augusto Campos e Leí Galvão ou dos traços nipônicos de Gilberto Jardineiro encontra desenhos indígenas ou em cores pastéis no ateliê Arnand (veja acima). (HL)


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