UOL


São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A PANELEIRA

Dona Dita é herdeira de tradição indígena

Nonagenária faz panelas de barro

DA ENVIADA ESPECIAL

"Olha que velhinha ainda trabalhando." Assim, deitada numa cama, chupando um pé de frango, dona Dita Olímpia, 92, apresenta-se a quem chega.
Ela é a última paneleira de Cunha. "Hoje fiz uma frigideirinha já antes do almoço", se orgulha, mas logo relativiza: "Quando morava na roça, fazia duas peças por dia. Vendi muita coisa. Levavam tudo. Tem peça minha em São Paulo, no Rio, no Paraná".
Dona Dita não está acostumada a receber visitas. A sua casa, de dois cômodos, fica em um bairro simples na periferia de Cunha. Em cada canto do quarto em que ela dorme com a filha, repousam peças recém-feitas. "Essas estão verdes", diz sobre as que não estão secas.
A paneleira aprendeu o ofício com sua avó aos sete anos. Na época, havia muitas paneleiras na cidade, uma tradição herdada das índias. Hoje, as colegas de Dita morreram, e não há ninguém para manter a tradição. Vasos e potes feitos por ela estão à venda na Casa do Artesão por até R$ 20 (r. José Arantes Filho, 27) (HL)


Texto Anterior: Beleza de peça se revela aos poucos
Próximo Texto: Panorâmica - Veneza: Museu expõe os cavalos originais de San Marco
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.