|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"UNO, DOS, TRES"
Bife de chorizo pode custar de 9 pesos a 37 pesos; restaurantes em Puerto
Madero unem comida a passeio
Reduto do Boca vende refeição a 25 pesos
DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES
Carnívoros fãs de bifes altos
grelhados voltam de Buenos Aires
com fortes lembranças gustativas.
O bife de chorizo -tirado do
contrafilé do gado criado no
país- vem à mesa com o interior
rubro, acompanhado, em geral,
de batata frita. Faz um casal fantástico com os vinhos argentinos,
que são baratos para os brasileiros
acostumados a comprá-los a preços pouco amigos.
Quem vai a Buenos Aires pela
primeira vez une a refeição a um
passeio agradável e pode optar
por um restaurante na região de
Puerto Madero. Antigo porto, teve alguns dos seus armazéns
transformados em restaurantes.
Entre os locais mais procurados
está o Cabaña Las Lilas, que tem
entre seus sócios os donos do brasileiro Rubaiyat. O bife de chorizo
do Las Lilas custa 37 pesos (R$
28,21). Para quem já foi às casas
Rubaiyat as entradas do Las Lilas
parecerão bastante familiares. Do
salão do restaurante, uma vidraça
dá para o esfumaçado ambiente
onde fica a parrilla.
Mas na mesma calçada que tem
de um lado diques e de outro os
armazéns fica o Siga la Vaca, uma
espécie de segredinho que os argentinos guardam. Trata-se de
um restaurante em que se paga
por cabeça. Por no máximo 31 pesos (R$ 25), preço cobrado no jantar de sábado e no almoço de domingo, pode-se comer à vontade
-saladas, carne, batata frita e
acompanhamentos. No preço está incluída uma garrafa de vinho
por pessoa ou um litro de cerveja
ou de refrigerante.
O senão do Siga la Vaca é que o
ambiente é de almoçódromo.
Não é um restaurante que convide os comensais a ficar na mesa
batendo papo após a refeição.
Então, quem é escolado pega
um táxi e ruma para Mataderos
(leia texto na pág. F6) -onde a
fumaça de grelhas dá o clima de
uma feira na qual se come um
bom choripán, sanduíche de lingüiça de chorizo no pão, por 1,50
pesos (R$ 1,14)- ou para La Boca, bairro do Boca Juniors.
Ali, numa rua que nem os taxistas bonaerense conhecem -tenha um mapa à mão para mostrar
onde ela fica-, fica o El Obrero,
reduto dos xeneizes, como são
chamados os torcedores do Boca.
O El Obrero é um restaurante
família com um ar desencanado.
O chão é meio sujo, com bitucas
de cigarro casualmente apagadas
por ali. O lado bom é que os garçons são hipersimpáticos, e os
preços mais ainda. Um bife de
chorizo custa 9 pesos (R$ 6,86).
Uma refeição com lingüiça, bife,
fritas, meia garrafa de vinho, água
e café sai por 25 pesos (R$ 19).
Nesse restaurante entra-se em
contato com outra face argentina:
a mania de futebol, nesse caso, de
Boca Juniors e, por extensão, de
Diego Maradona.
Fotos do ídolo local estão penduradas ao longo de uma parede
inteira. Do outro lado, flâmulas de
times do país juntam poeira. No
meio do grupo, uma bandeira
limpa chama a atenção por estar
ainda muito branca. É a do Corinthians, lar de Tevez, Mascherano e
Sebá.
Ao ir embora, não vá a pé. A região não é segura. O ideal é pedir
ao restaurante que chame um táxi.
(HELOISA LUPINACCI)
Texto Anterior: Lojistas rejeitam reforma no Mercado de Pulgas Próximo Texto: "Uno, dos, tres": Guerra boleira entre vizinhos não tem fim Índice
|