São Paulo, quinta-feira, 13 de outubro de 2005

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"UNO, DOS, TRES"

Bife de chorizo pode custar de 9 pesos a 37 pesos; restaurantes em Puerto Madero unem comida a passeio

Reduto do Boca vende refeição a 25 pesos

DA ENVIADA ESPECIAL A BUENOS AIRES

Carnívoros fãs de bifes altos grelhados voltam de Buenos Aires com fortes lembranças gustativas.
O bife de chorizo -tirado do contrafilé do gado criado no país- vem à mesa com o interior rubro, acompanhado, em geral, de batata frita. Faz um casal fantástico com os vinhos argentinos, que são baratos para os brasileiros acostumados a comprá-los a preços pouco amigos.
Quem vai a Buenos Aires pela primeira vez une a refeição a um passeio agradável e pode optar por um restaurante na região de Puerto Madero. Antigo porto, teve alguns dos seus armazéns transformados em restaurantes. Entre os locais mais procurados está o Cabaña Las Lilas, que tem entre seus sócios os donos do brasileiro Rubaiyat. O bife de chorizo do Las Lilas custa 37 pesos (R$ 28,21). Para quem já foi às casas Rubaiyat as entradas do Las Lilas parecerão bastante familiares. Do salão do restaurante, uma vidraça dá para o esfumaçado ambiente onde fica a parrilla.
Mas na mesma calçada que tem de um lado diques e de outro os armazéns fica o Siga la Vaca, uma espécie de segredinho que os argentinos guardam. Trata-se de um restaurante em que se paga por cabeça. Por no máximo 31 pesos (R$ 25), preço cobrado no jantar de sábado e no almoço de domingo, pode-se comer à vontade -saladas, carne, batata frita e acompanhamentos. No preço está incluída uma garrafa de vinho por pessoa ou um litro de cerveja ou de refrigerante.
O senão do Siga la Vaca é que o ambiente é de almoçódromo. Não é um restaurante que convide os comensais a ficar na mesa batendo papo após a refeição.
Então, quem é escolado pega um táxi e ruma para Mataderos (leia texto na pág. F6) -onde a fumaça de grelhas dá o clima de uma feira na qual se come um bom choripán, sanduíche de lingüiça de chorizo no pão, por 1,50 pesos (R$ 1,14)- ou para La Boca, bairro do Boca Juniors.
Ali, numa rua que nem os taxistas bonaerense conhecem -tenha um mapa à mão para mostrar onde ela fica-, fica o El Obrero, reduto dos xeneizes, como são chamados os torcedores do Boca.
O El Obrero é um restaurante família com um ar desencanado. O chão é meio sujo, com bitucas de cigarro casualmente apagadas por ali. O lado bom é que os garçons são hipersimpáticos, e os preços mais ainda. Um bife de chorizo custa 9 pesos (R$ 6,86). Uma refeição com lingüiça, bife, fritas, meia garrafa de vinho, água e café sai por 25 pesos (R$ 19).
Nesse restaurante entra-se em contato com outra face argentina: a mania de futebol, nesse caso, de Boca Juniors e, por extensão, de Diego Maradona.
Fotos do ídolo local estão penduradas ao longo de uma parede inteira. Do outro lado, flâmulas de times do país juntam poeira. No meio do grupo, uma bandeira limpa chama a atenção por estar ainda muito branca. É a do Corinthians, lar de Tevez, Mascherano e Sebá.
Ao ir embora, não vá a pé. A região não é segura. O ideal é pedir ao restaurante que chame um táxi. (HELOISA LUPINACCI)


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